Banco JP Morgan destaca ganho da renda fixa do Brasil

Fernando Nakagawa, correspondente
08/01/2014 às 10:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:13

Em meio às crescentes sugestões de redução de investimentos em mercados emergentes, o banco JP Morgan parece ter uma visão menos pessimista. A instituição financeira prevê que o mercado de renda fixa emergente deve reagir e voltará ao ritmo histórico de captação em 2014. Com retornos mais atraentes, o banco diz que cinco países, inclusive o Brasil, apresentam potencial de desempenho acima da média do mercado (outperform) na renda fixa este ano.

O começo de ano tem sido difícil para alguns mercados emergentes. Diante da reação das principais economias desenvolvidas e o desempenho aquém do esperado entre os países em desenvolvimento, muitos economistas têm sugerido migrar investimentos para locais como os Estados Unidos. A análise tem prejudicado ativos em mercados como o Brasil, Rússia e Turquia.

Esta semana, porém, a equipe do JP Morgan divulgou relatório aos clientes em que pondera que há oportunidades nos mercados emergentes, inclusive no Brasil. O banco cita cinco países que devem ter retorno superior à média do mercado. "Ao longo do ano de 2014, nós esperamos que alguns mercados locais na América Latina (Brasil e México) e da Europa, Oriente Médio e África (Turquia, África do Sul e Rússia) terão desempenho superior à média do mercado (outperform), enquanto a Ásia emergente deve persistir com resultado inferior (underperform) pelo terceiro ano", diz o relatório sobre perspectivas e estratégias para mercados emergentes em 2014.

"O fluxo para a renda fixa emergente retornará à média histórica entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões e a demanda por novas emissões de papéis emergentes soberanos e corporativos permanecerá robusta", completa o relatório assinado pela chefe global de renda fixa do JP Morgan, Joyce Chang. Em 2013, a executiva foi considerada uma das 25 mulheres mais poderosas das finanças mundiais pela revista American Banker.

No relatório, os analistas da casa citam que a aversão ao risco vista em vários meses de 2013 deverá ser reduzia nos próximos meses. "Acreditamos que o fluxo líquido negativo visto no varejo será menos pronunciado e o fluxo institucional será atraído de volta para essa classe de ativos pelo retorno relativamente elevado. Embora os fluxos para a renda fixa emergente tenham terminado com aumento líquido de apenas US$ 9,7 bilhões em 2013, o menor nível desde a crise financeira (ante o recorde de US$ 98 bilhões em 2012 e abaixo da média histórica de US$ 40 bilhões por ano), nós não estamos excessivamente alarmados", diz o documento, que sinaliza que o retorno nos países desenvolvidos não vai aumentar dramaticamente de uma hora para outra.

"Estamos confortáveis com nossas previsões para 2014 de um ganho moderado após a volatilidade de 2013, ressaltando que a renda fixa emergente nunca registrou dois anos consecutivos de retornos negativos", diz o documento. O JP Morgan prevê que a renda fixa global deve oferecer retorno entre -3% e +4% em 2014, sendo que os mercados emergentes devem registrar ganho positivo entre 1% e 4% no ano. Ou seja, estão na parte de cima dos ganhos projetados.

No lado da oferta, o banco projeta redução na emissão de títulos de dívida corporativa e aumento nas ofertas soberanas. Para o JP Morgan, empresas emergentes devem emitir US$ 294 bilhões em dívida em 2014, abaixo dos US$ 359 bilhões registrados no ano passado. Ao mesmo tempo, a casa prevê US$ 85 bilhões em emissões soberanas durante o ano, acima dos US$ 78 bilhões emitidos no ano passado. Apesar do desempenho negativo da renda fixa emergente em 2013, nota o JP Morgan, a emissão de papéis foi recorde.
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