Aos poucos, o BTG Pactual e a Caixa Econômica Federal (CEF) vão limpando o passivo bilionário deixado pelos antigos donos do Panamericano e fazendo do agora Banco Pan uma instituição com ambições de banco de gente grande no longo prazo. Ontem (29), a instituição aderiu ao programa Refis, do governo federal, e pagou R$ 536 milhões para eliminar uma disputa tributária com o Fisco e, de quebra, ter cerca de R$ 30 milhões na linha do lucro. Foi mais uma limpeza no balanço da instituição, que começa, a despeito de algumas críticas, a ter mais a cara de um banco que quer ganhar dinheiro emprestando dinheiro.
Desde que passou para as mãos dos novos donos, em 2011, o volume mensal de novos empréstimos vem crescendo a um ritmo de 30%. Em 2011, todo mês, o banco originava quase R$ 600 milhões. Agora, são R$ 1,12 bilhão por mês.
A carteira total dobrou de tamanho, chegando a R$ 14,2 bilhões no último trimestre. Ainda assim é pouco para sua capacidade de produção. O diretor de relações com investidores, Willy Jordan, gosta de dizer que o banco tem tamanho e estrutura para ter uma carteira de R$ 36 bilhões, ou seja, a renda da carteira de crédito ainda não paga os custos.
Se de um lado os novos empréstimos crescem a taxas elevadas em relação aos pares, a carteira de crédito não cresceu muito além da dos concorrentes nos nove primeiros meses deste ano.
Em parte, isso se explica por uma das estratégias adotadas para recuperar o banco: uma espécie de "cheque especial" com a Caixa, como definiu um acionista minoritário do banco na última reunião com investidores. Todo mês o banco vende parte dos seus créditos à Caixa, que assumiu o compromisso de comprar até R$ 8 bilhões. A medida foi necessária para fazer girar o capital do banco e melhorar o desempenho da instituição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.