Bancos ainda resistem à portabilidade de crédito

Raul Mariano - Hoje em Dia
Publicado em 23/09/2014 às 08:20.Atualizado em 18/11/2021 às 04:19.
 (Ricardo Bastos)
(Ricardo Bastos)
Com a nova regulamentação da portabilidade de crédito, que desde maio desburocratizou as transferências de financiamentos de um banco para outro, as operações cresceram 43% apenas entre julho e agosto, atingindo 28.575 portabilidades no último mês. As tentativas de algumas instituições financeiras para atrasar o processo, no entanto, colocaram as demandas relacionadas à portabilidade de crédito em sétimo lugar no ranking de reclamações do Banco Central, totalizando 124 queixas só em agosto.
 
O consultor de finanças pessoais, Frederico Torres, explica que o problema está ligado, entre outros fatores, à tentativa de alguns bancos de atrasar o processo, no intuito de manter por mais tempo os clientes.
 
“Além disso, há correspondentes que recebem comissões a cada nova operação e, muitas vezes, fazem o pedido da portabilidade sem que o cliente saiba”, diz. 
 
Segundo Torres, essa prática acaba fazendo com que os bancos sejam mais rígidos na liberação dos documentos para outra instituição.
Com a nova regulamentação publicada em maio, as instituições financeiras se tornaram responsáveis por realizarem toda tramitação de transferência sem o intermédio do consumidor. 
 
Prazo
 
“Hoje, os bancos originais têm o prazo de cinco dias para enviar os dados do cliente à nova instituição”, explica. 
 
O financiamento de veículos e crédito pessoal estão entre as modalidades mais demandadas para a “transferência da dívida”. De acordo com dados do BC, o valor médio das operações portadas em agosto foi de R$ 9.318,48. O aumento é de 8,5% em relação ao valor médio das transações de julho.
 
A migração de financiamento ou empréstimo para um novo banco é uma tarefa que exige cuidados. 
 
Antes de assinar qualquer contrato, o consumidor deve levar em consideração o chamado Custo Efetivo Total, que deve conter todas as informações necessárias de forma detalhada para que o cliente possa avaliar as vantagens e desvantagens antes de fazer sua adesão. 
 
“Todas as taxas devem estar evidenciadas para que o consumidor tenha condição de comparar propostas”, explica Torres.
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