Barragem de rejeito da mineradora MMX preocupa Itaúna

Bruno Moreno - Do Hoje em Dia
21/02/2013 às 09:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:12

(Lucas Prates)

O município de Itaúna, no Quadrilátero Ferrífero, corre o risco de ficar somente com o ônus da mineração de ferro, sem receber royalties ou compensações sociais da mineradora. A MMX pretende construir uma barragem para depositar os rejeitos da produção mineral em Itatiaiuçu, município vizinho a Itaúna. A barragem ficará, segundo o prefeito de Itaúna, Osmando Pereira da Silva, onde hoje estão 18 nascentes de rios, e próximo ao Ribeirão dos Pintos, que deságua no Rio São João, que abastece com água potável a cidade de Itaúna.   Leia também: Mineradora do bilionário Eike Batista ameaça "enxugar" fonte de água da RMBH
“Como não há exploração mineral na cidade, não haverá maior arrecadação de impostos, apenas o risco de as águas serem poluídas e comprometerem o abastecimento. As cidades onde a empresa explora minério ficarão com mais recursos financeiros, e Itaúna com o lixo (rejeito)”, afirma Pereira.
A barragem também estará a cerca de 4 quilômetros da represa do Benfica, cartão-postal da cidade. “O potencial turístico não poderá mais ser explorado”, diz Pereira. A MMX vai se reunir com o prefeito no próximo dia 28.
O assunto também foi tema de audiências na Câmara Municipal de Itaúna. “A empresa espalhou pessoas pela cidade para propagar a ideia de que será bom ter a barragem. Mas não vejo nenhum benefício. Barragem de rejeitos não gera emprego”, observa o presidente da Câmara, Alex Arthur.
Na Prefeitura de Itatiaiuçu, ninguém foi encontrado para comentar o assunto.
A MMX informou que estudou 26 opções de locação da barragem. Conforme a empresa, a área escolhida é a de menor impacto ambiental e que melhor atende tecnicamente ao projeto.
Estudos
A MMX acrescentou que “entende que o empreendimento somente gera arrecadação de impostos para o município na fase de construção. Por isso, a companhia já vem realizando estudos para entender quais serão as formas de compensação”.
A empresa foi questionada se a barragem seria construída onde hoje estão 18 nascentes, mas não respondeu. Sustentou que não haverá impacto no abastecimento de água de nenhuma cidade a jusante do rio São João.

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