BC: Março deve ter déficit de US$ 6,3 bilhões

Eduardo Cucolo e Célia Froufe
22/03/2013 às 12:47.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:09

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse na manhã desta sexta-feira (22) que a previsão para o déficit em conta corrente em março é de US$ 6,3 bilhões. O valor está próximo dos US$ 6,6 bilhões de fevereiro, maior valor da série para o segundo mês do ano. Já a estimativa para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) é de US$ 4,2 bilhões. Em março, até dia 20, o IED já soma US$ 3 bilhões.

Maciel vê com naturalidade a ampliação do déficit nas transações correntes em relação a 2012, por causa do cenário de crescimento da atividade econômica, com maior demanda por bens. Disse também que, na comparação com o PIB, um déficit de 2,76% (previsão para 2013) é um patamar bastante confortável. Ele destacou ainda que isso significa transferência de poupança externa para o País. "Há tendência de ampliação do déficit por causa da reação da economia. Para um país que busca ampliar participação de investimento no PIB isso é positivo", afirmou.

Maciel disse também que os números mostram que as condições de financiamento do déficit são confortáveis. "A estrutura de financiamento do déficit hoje é muito distinta de outro momento em que tínhamos déficits expressivos. A conta de juros era relevante e não era cíclica. Hoje o financiamento é com IED", afirmou.

Para ele, as taxas de rolagem são favoráveis neste início de ano. Isso mostra que não há problema de acesso de empresas brasileiras ao financiamento externo, apesar do cenário de pouca liquidez internacional, afirmou.

Investimento externo

Maciel adiantou que o investimento externo total em ações soma US$ 2,738 bilhões em março até dia 20. Já o investimento estrangeiro em renda fixa no País soma US$ 310 milhões no mesmo período. Informou que o aumento no fluxo para ações reflete a expectativa de investidores sobre oportunidade de ganhos.

Sobre a taxa de rolagem, disse que, em fevereiro, as amortizações foram baixas em termos históricos e o desembolso foi significativo. Para março, dados até dia 20 mostram taxa de rolagem para empréstimos de 88% e taxa para papéis de 373%. O total para rolagem até 20 de março está em 154%.
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