BH adere e bancários de todo o país entram em greve a partir de hoje

Do Portal HD
18/09/2012 às 08:01.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:22

(HEULER ANDREY/AE)

Bancários prometem paralisar as atividades a partir desta terça-feira (18), devido à "falha" na negociação de reajuste salarial e em outras reivindicações com as instituições financeiras. Os sindicatos de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro confirmaram a adesão à paralisação por tempo indeterminado. A greve deve atingir também bancários de instituições públicas.
 

São cerca de 500 mil bancários em todo o Brasil. No ano passado, a greve da categoria durou 21 dias. Para o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região Metropolitana, a paralisação é necessária para conseguir mais conquistas para a categoria. "O histórico mostra que somente com nossas campanhas conseguimos aumentos reais de salário e outros importantes avanços nos últimos oito anos. Mais uma vez vamos intensificar a mobilização para conseguirmos uma proposta digna dos banqueiros", afirmou a presidente do sindicato, Eliana Brasil.


O atendimento por meio dos caixas eletrônicos deverá ser mantido, mas o atendimento ao público será cortado. O sindicato afirma que a negociação foi iniciada em 1º de agosto, com 45 mil bancários ouvidos e que não houve resposta das instituições. Bancários pedem, além da proposta de aumento, melhorias na segurança e no atendimento à população.


Por outro lado, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) - braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) - informou que lamenta a greve e que confia no diálogo para a construção da convenção coletiva da categoria. "Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários", afirmou em nota o diretor de Relações do Trabalho da federação, Magnus Ribas Apostólico.


A categoria quer reajuste salarial de 10,25%, com 5% de aumento real, e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4,961,25 fixos. Até agora, a proposta oferecida pela Federação Nacional do Bancos (Fenaban) foi de 6% de reajuste salarial.


A categoria também exige a criação de planos de cargos, carreiras e salários para todos os bancários; o pagamento de auxílio-educação (para graduação e pós-graduação); ampliação das contratações; combate às terceirizações; aprovação da convenção que inibe a dispensa imotivada; cumprimento da jornada de 6h; mais segurança nas agências bancárias - como instalação das portas de segurança -; previdência complementar para todos os trabalhadores; elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, entre outros.


Conforme a proposta da Fenaban, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passaria para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas. Entre outros benefícios, haveria reajuste do auxílio refeição, que subiria para R$ 20,97 por dia; da cesta alimentação para R$ 359,42 por mês, 13ª cesta no mesmo valor e auxílio creche mensal de R$ 301,94 por filho, até os seis anos.


Pagamento de contas


Em virtude da greve, o consumidor não perde a obrigação de pagar contas, boletos ou qualquer tipo de cobrança. Segundo informou o Procon, as empresas credoras devem oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam efetuados.


A entidade recomenda ainda - para não haver cobrança de encargos adicionais e para evitar que o nome do usuário fique sujo - que o consumidor entre em contato com as empresas para pedir opções diferentes de formas de pagamento, como por internet, casas lotéricas, código de barras para pagamento nos caixas eletrônicos, entre outros. Além disso, a orientação é que sejam documentados esses pedidos.


A entidade também aconselha aos consumidores a não adquirir, sem conhecer os detalhes, pacotes de serviços oferecidos por bancos voltados a facilitar a quitação dos débitos durante a paralisação. Para a entidade, a greve é um risco previsto nas atividades de uma instituição financeira, "portanto, ela também é responsável por possíveis prejuízos causados ao consumidor com a paralisação".


Na segunda-feira, em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), afirmou que a população tem à disposição canais para realizar as operações bancárias, como: caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking (banco no celular), operações por telefone e correspondentes (como casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados).
 

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