BH 'surfa' na onda da foodbike e revela o talento culinário para superar crise

Bruno Moreno - Hoje em Dia
15/07/2015 às 06:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:54

(Frederico Haikal)

A reunião de criatividade, carisma e talento culinário foi a receita encontrada por um grupo de belo-horizontinos para driblar a crise econômica e montar um negócio gastando muito pouco. Surfando na onda contemporânea das cidades cada vez com maior presença de bicicletas, eles começaram a faturar vendendo comida em cima de duas ou três rodas. Nesta quarta-feira (15), no Museu Abílio Barreto, será realizado o primeiro encontro deles na capital, com a presença confirmada de sete foodbikes, das 17h às 21h. Todas elas são de doces, dos tradicionais aos mais finos, incluindo brigadeiro, palha italiana, alfajor, bolo e brownie, dentre outras tentações.

Uma das organizadoras do evento, a estudante Camila Valentim, de 23 anos, há dois meses começou a vender alfajor em uma bicicleta retrô reformada e estilizada, com tons de rosa. Mas o trabalho dela com a iguaria não é recente. Há oito anos, ainda quando era estudante do Ensino Médio, ela já vendia para os colegas na escola. Depois, a propaganda boca a boca lhe rendeu bons clientes.

Agora, com a baixa atividade econômica e o aperto das contas em casa, ela viu no foodbike uma forma de garantir uma renda extra, com a “Let’s Alfajor”. Camila acompanhou o crescimento dos food trucks e começou a pesquisar alternativas de negócios, principalmente em São Paulo e Pernambuco.

As vendas da páscoa deste ano lhe renderam R$ 1 mil, que se transformaram no investimento inicial. “O que estimulou muito é que a empresa da minha mãe está em crise. Nesse momento, decidi parar de estudar e ajudar com as contas em casa”, revela Camila, que busca uma vaga em Medicina.

Como o novo negócio está dando certo, ela guardou os livros no armário e só voltará a vê-los no ano que vem. “Primeiro, quero estruturar a empresa. Estamos reformando uma nova bike, para eventos. Até arrumei uma sócia, a minha mãe”, revela Camila.

A empreendedora estaciona sua bicicleta todas as noites de sexta-feira na Praça Leonardo Gutierrez, no bairro Gutierrez, em BH, mas também realiza parcerias com lojas e eventos, além de atender a pedidos de seus seguidores no Instagram. “O legal da food bike é que a gente cria um cenário. Tem o tapete, o ombrelone (um imenso guarda-sol). É glamoroso”.

Empreendimento de baixo custo com sustentabilidade ambiental

Outra pioneira nas ruas de Belo Horizonte com uma bicicleta repleta de guloseimas é a estudante de Direito Carolina Coscarelli, de 19 anos. Em 2012, ela começou a vender em sala de aula os cupcakes feitos pela mãe. Neste ano, resolveu expandir os negócios, e comprou um triciclo, em São Paulo. Com as adaptações realizadas em uma oficina em Belo Horizonte, e a compra de alguns acessórios, investiu em torno de R$ 4,5 mil, e começou a aparecer nas ruas de BH vendendo os bolinhos da “Chocake”.

Ela leva o triciclo em eventos sob demanda, mas também bate ponto todas as quartas-feiras, das 11h às 15h, na rua Piauí, quase esquina com avenida Getúlio Vargas, no bairro Funcionários. Com o aumento do movimento, os bolinhos feitos por sua mãe já não estavam mais suprindo a demanda, e ela teve que colocar a mão na massa para poder atender aos pedidos.

Como vantagem, a estudante empreendedora aponta o baixo custo de início do negócio e a sustentabilidade ambiental representada pela bicicleta. Agora, ela e os outros representantes do negócio na capital estão se organizando para regularizar a atividade.

Serviço: 1º Encontro Bike Food BH

Onde: Museu Abílio Barreto, na Rua Josafá Belo, esquina com avenida Prudente de Morais, na Cidade Jardim

Quando: Nesta quarta-feira (15)

Horário: 17h às 21h

Entrada franca

Outras informações:

facebook.com/Foodbikebh

@FoodBikeBH

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