Bolsa brasileira teve o pior desempenho global em 2013

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Publicado em 26/12/2013 às 08:06.Atualizado em 20/11/2021 às 15:00.

A Bovespa foi o patinho feio das bolsas de valores mundiais em 2013. Segundo levantamento do site MoneYou, a bolsa brasileira chegará ao final do ano com o pior resultado entre os 45 principais mercados mundiais. A queda acumulada do Ibovespa foi de 15,82% do início do ano até o último pregão, de 23 de dezembro. A melhor posição é ocupada pela bolsa dos Emirados Árabes, que valorizou 57,29%.

A interferência do governo em setores importantes, como energia, é um dos motivos citados pelo professor de economia do IBMEC, Reginaldo Nogueira, como responsável pelo mau desempenho da Bovespa.

“Com as muitas interferências do governo federal, os investidores ficam receosos e acabam optando por outros países, considerados mais estáveis”, afirma Nogueira.
Como exemplo, ele cita a Medida Provisória (MP) 579, convertida na lei 12.873, que possibilitou a antecipação das renovações das concessões das usinas de energia elétrica mediante corte nos preços, reduzindo o caixa das empresas do setor e, consequentemente, afastando os investidores.

PIB
 
Outro fator que teria puxado a bolsa para baixo foi o resultado pífio do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Nos três primeiros trimestres do ano, de janeiro a setembro, o PIB cresceu 2,4%, mediana dos resultados da agropecuária (8,1%), indústria (1,2%) e serviços (2,1%). Inicialmente, a expectativa do governo era de que o crescimento ficasse próximo de 4%. Em relatório emitido pelo Banco Central no último dia 20, no entanto, a previsão para o ano caíu para 2,3%.

“O investidor vê que a situação econômica do país não está boa e acaba mudando o foco”, diz Nogueira. Segundo ele, a baixa taxa de desemprego – que apresentou bons resultados durante o ano e chegou a 4,6% em novembro, a menor da história – não teve forte influência para sobre a bolsa e os investidores tiveram mais olhos para a falta de reação da economia ante as iniciativas do governo para segurar o crescimento, como as desonerações da folha de pagamento e de alguns setores industriais.

“Não existem reduções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) suficientes para impulsionar a economia em estado de ‘bolha’. Além disso, a alta da inflação no meio do ano, aliada aos protestos, afundou a confiança na economia”, afirma, por nota, o editor-chefe do site MoneYou, Jason Vieira.

Renda fixa
 
O futuro das bolsas, de acordo com o professor de economia do IBMEC, ainda é incerto. Para não perder dinheiro, ele recomenda que o investidor aposte na renda fixa. “O cenário em geral é todo incerto. A única coisa que se pode dizer é que os juros continuarão subindo”, diz.

Depois de seis altas consecutivas, a Selic está fixada em 10% ao ano e a expectativa é a de que a taxa suba para 10,5% na próxima reunião do Copom, agendada para os dias 14 e 15 de janeiro.

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