Antigamente, quando se perguntava a um pai se ele ajudava a criar os filhos, na melhor das hipóteses ele poderia dizer que realizava algumas tarefas simples. E uma delas poderia ser a de carregar a bolsa do bebê, quase sempre identificada com a maternidade, mas nunca com a paternidade. Ao identificar que, hoje, o pai não ajuda, mas sim participa de forma ativa da criação dos filhos, um grupo de empresárias de Belo Horizonte descobriu um nicho de mercado: bolsas masculinas que tanto podem ser utilizadas para carregar notebooks, carteira e carregador de celular, mas também trocador de fraldas, mamadeiras e pomadas, por exemplo.

Essa é a proposta da Zot Luz, que tem como sócias Sofia Matos e as irmãs Adriana e Sílvia Queiroga. Em setembro de 2013, elas começaram a jornada empreendedora em um projeto de incubadora para desenvolver um produto, buscando o que estava em falta no mercado. Ao final do trabalho, que incluiu muitas viagens e pesquisa, descobriram um nicho de mercado.

“Não havia um olhar para o pai. Sempre era para a mãe ou a criança. Já a bolsa que desenvolvemos pode ser usada para o pai carregar os pertences do bebê, e também em várias outras situações. Tem áreas impermeáveis e repartidas. É uma bolsa para o resto da vida”, destaca Adriana Queiroga.

Partindo dessa ideia, elas desenvolveram uma linha de bolsas que começou com cinco modelos destinados aos pais. Hoje, a Zot Luz já conta com 115 tipos de bolsas para as mães, para a família, malas e acessórios, sem contar a variação de cores (azul, bege, branco, caqui, cinza, vermelho, preto e marrom) e materiais (nylon, lona, camurça, linho alfaiataria e sintético).
Uma das novidades foi a criação de uma linha mais popular de bolsas para ampliar o leque e alcançar uma parcela maior da população.

Mas, antes de chegar a essa gama de produtos, as irmãs tiveram uma longa trajetória. O plano de negócios incluía também um site, que começou as vendas online em julho de 2014.

Enquanto Sílvia largou o trabalho como bancária para se dedicar à área comercial da Zot Luz, Adriana diminuiu o ritmo no trabalho como consultora empresarial para comandar o setor administrativo. Desde que começou a desenvolver a marca, Adriana parou de aceitar novos contratos, mas mantém clientes antigos.

Para o atacado

Mas os rumos do país mudaram, a economia começou a dar sinais de desaquecimento. Foi aí que as empresárias tiveram a proposta de vender também por atacado e encararam o desafio. Inicialmente, a Zot Luz deveria permanecer só no e-commerce até 2018, mas os planos foram além .

Exportação para a Europa é meta da empresa para 2018

A venda para outros países não era uma meta a curto prazo para a Zot Luz mas, a convite de exportadores, a empresa já enviou um primeiro lote para o Canadá, em junho deste ano, já negocia com importadores da Índia e, agora, planeja ganhar o mercado europeu a partir de 2018.
A porta de entrada na América do Norte surgiu com um contato realizado em uma feira de negócios, em 2015, em São Paulo. Foram enviados R$ 30 mil em produtos e a proposta é repor o estoque duas vezes por ano.
Sílvia Queiroga explica que a exportação foi por acaso. A proposta era ter uma boa abrangência no país para depois arriscar o mercado internacional. Ainda assim, elas querem atingir todos os estados do Brasil e firmar a marca nas principais capitais e cidades mineiras.
Instalada em Belo Horizonte, a empresa chegou a ter 12 funcionários, mas hoje só trabalha com três, e terceirizou parte da produção.

Deus
O nome da empresa foi pensado para homenagear Deus e relacionar com a vida. Por isso, as empresárias escolheram a palavra Zot, que significa Deus em albanês.

A curiosidade é que elas não têm ascendência albanesa, mas gostaram da sonoridade e do significado. Já a palavra Luz está relacionada ao “dar à luz”, ao nascimento.