O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2017 deixou o Brasil na última posição em um ranking com 39 Países elaborado pela Austin Rating. A variação foi negativa em 0,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Apenas a Grécia, penúltima colocada, também teve desempenho negativo nessa base de comparação, em -0,3%.
O Brasil também foi superado pelas economias Ucrânia e Rússia, que nas edições anteriores estavam com desempenhos piores, segundo a agência classificadora de risco. Outras economias que apresentaram resultados muito ruins nas edições anteriores, como a Venezuela, até o momento não divulgaram seus resultados.
Os 39 Países representam 83,2% do PIB Mundial.
O PIB do Brasil registrou queda pelo 12º trimestre seguido na comparação com o trimestre do ano anterior. Apesar disso, apresentou alta de 1% na comparação com o quarto trimestre de 2016, já descontados os efeitos sazonais. Com isso, interrompeu a sequência de oito trimestres consecutivos de queda neste tipo de comparação.
"O cenário político ainda muito turbulento interfere diretamente nas previsões para o desempenho do PIB de 2017 e 2018 em virtude do risco da não aprovação da reforma da Previdência, que é fator fundamental para desatar o nó das expectativas dos agentes econômicos que, por sua vez, impacta diretamente na alocação de recursos para investimentos em máquinas e equipamentos e em mão de obra", destacou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, em informe econômico.
Agostini, no entanto, manteve a projeção de expansão do PIB em 2017, em 0,7% e de 2,2% para 2018, baseada nos resultados dos indicadores antecedentes dos últimos meses "que revelou contínua recuperação da confiança na economia apesar do campo político muito turvo".
Segundo ele, a estimativa se apoia tanto na base de comparação muito fraca - 2016 apresentou queda de 3,8% -, como principalmente no "desempenho vigoroso da agropecuária e do setor exportador - esse último registra recordes de superávit comercial".
Outro pontos levantados são a recuperação gradual de importantes setores da economia como, por exemplo, a indústria de transformação e transporte, armazenagem e correio.
"É importante destacar que a concretização de um cenário econômico brasileiro melhor em 2017 ainda depende, em menor parte, das alterações que a economia global, bem como os desdobramentos acerca do ambiente político nacional e seus efeitos diretos e indiretos na dinâmica da atividade econômica doméstica, com destaque à aprovação da reforma da Previdência que é fundamental para a sustentabilidade fiscal do país e contribui sobremaneira para uma redução mais consistente da taxa de juros básica (Selic) ao longo do tempo", disse o economista-chefe.Leia mais:Ainda é cedo para falar em fim da recessão, avalia IBGE
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