Brasileiro olha mais a prestação que os juros

Ayr Aliski
Publicado em 12/12/2012 às 15:57.Atualizado em 21/11/2021 às 19:27.

Mesmo sob um cenário de crédito mais farto e mais barato como o verificado em 2012, 69% dos brasileiros ainda avalia que "mais importante que os juros cobrados ou os prazos é a prestação caber no bolso". Essa informação está presente na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria e Ibope "Retratos da Sociedade Brasileira: Hábitos de Consumo e Endividamento".

O trabalho abordou questões dentro de quatro grandes grupos: condição financeira do brasileiro, padrão e consumo, efeito da redução dos juros sobre o consumo e endividamento. O estudo contou com 2.002 entrevistas coletadas entre os dias 16 e 19 de junho deste ano. Foram consultadas pessoas com 16 anos ou mais em todas as unidades da Federação.

Sobre a condição financeira, o trabalho da CNI-Ibope apurou que, de maneira geral, a renda familiar cresceu nos últimos 12 meses, ainda que tenha se mantido constante para 59% da população. Fatia de 44% dos consultados afirmou acreditar, na época da realização das entrevistas, que 2012 seria melhor que o ano passado.

Em relação a padrão de consumo, o estudo apurou que nos últimos três anos, os brasileiros aumentaram suas despesas com saúde, cuidados pessoais e educação e reduziram gastos com viagens, hobbies e atividades esportivas. Apesar de a pesquisa indicar que mais importante é "a prestação caber no bolso", 55% dos entrevistados responderam preferir comprar à vista que a prazo e 60% revelaram intenção de reduzir despesas porque as condições da economia poderiam piorar.

Sobre o efeito da redução dos juros sobre o consumo, 33% avaliaram que isto resultaria em aumento das compras e gastos com serviços. Para 31%, o principal destino de um bônus equivalente ao salário seria a poupança. Outra parcela de 23% informou que esse bônus seria utilizado principalmente para o pagamento de dívidas.

No quesito endividamento, a pesquisa apurou que 41% dos entrevistados tinham dívida ou estavam pagando algum tipo de parcelamento. A principal razão para se endividar, apontada por 41% dos entrevistados que estavam devendo, foi a compra de bens de consumo duráveis. Entretanto, 42% dos consultados informaram que tinham a situação financeira "no limite do endividamento". Além disso, 85% dos entrevistados endividados informaram ter alguma dificuldade para pagar as dívidas.


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