(Evandro Fiúza/Divulgação)
Depois do impacto da seca prolongada sobre os cafezais, os produtores mineiros estão enfrentando uma nova ameaça à safra deste ano: o reaparecimento da praga Hypothenemus hampei, mais conhecida como broca do café. Na última quinta-feira (13), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) decretou estado de emergência fitossanitária em Minas Gerais pelo risco iminente de surto de infestação da praga.
A broca fura o grão o come o café, reduzindo seu peso e qualidade. A dimensão dos estragos somente serão conhecidos no período de beneficiamento dos grãos.
“O decreto vai agilizar a permissão para que o mercado disponibilize produtos para combater a praga na tentativa de reduzir os danos”, disse o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais(Faemg), Breno Mesquita.
Agrotóxico proibido
Em agosto de 2010, foi proibido no Brasil o endolsulfan, que era o princípio ativo de agrotóxicos usados no combate a praga. Desde então discute-se um substituto para o produto, mas a praga reapareceu antes.
O endosulfan faz parte dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), de que trata a Convenção de Estocolmo, e o Brasil já foi o terceiro maior consumidor do produto no mundo. O uso do agrotóxico foi proibido pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde.
De acordo com MAPA, o estado de emergência deve vigorar por um ano, período em que devem ser adotadas medidas emergenciais para controle da infestação.
“A broca do café é uma praga de produção e de qualidade. Diminui a produtividade e piora a qualidade do café exportado. Não pode voltar a ser uma praga de importância no Brasil”, afirma o diretor de Sanidade Vegetal do Ministério, Luis Rangel.