(Mauricio de Souza/ Arquivo Hoje em Dia)
A janela de oportunidade que se abriu aos usineiros brasileiros no mercado externo a partir do início deste ano esbarra em uma necessidade de investimentos de R$ 130 bilhões para colocar de pé cem novas usinas. Apesar de o Congresso dos Estados Unidos ter posto fim ao subsídio ao etanol nacional e à sobretaxa ao importado, os embarques do Brasil para os EUA praticamente não cresceram.
De acordo com o diretor de Comunicação Corporativa da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Adhemar Altieri, nos melhores anos de vendas ao mercado externo, apenas 5% do etanol brasileiro eram destinados a outros países, e a média manteve-se inalterada, em 2012.
DIFICULDADE
“O produtor tem dificuldade para exportar porque a maior parte é para consumo doméstico. O setor precisa crescer, primeiramente, para atender ao mercado interno”, aponta. A participação do etanol no total de combustíveis utilizados no país caiu de 44,6% em 2010 para 31,68% em 2011.
“No acumulado de janeiro a julho deste ano, nossas vendas caíram 17% em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma o Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, Alísio Vaz.
Desde 2009, quando o etanol atingiu o pico do consumo no país, o cenário tem sido de queda nas vendas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais, Luiz Custódio, o governo está começando a retomar o diálogo com representantes do setor para discutir medidas a serem adotadas para estimular a produção e recuperar a competitividade do etanol no mercado interno.
PRAZOS
“Ainda não é possível estipular prazos, estamos conversando com o governo”, relata.
Mais otimista, o presidente da Datagro, empresa de consultoria de etanol e açúcar, Plinio Nastari, aposta na recuperação da produção brasileira e acredita que o país tenha potencial para passar dos atuais 6,5 mil litros por hectare para 12 mil litros por hectare até o final desta década. “O setor ainda tem dívida elevada, mas tem capacidade para aumentar a produtividade”, avalia.