A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai fechar o cerco contra os devedores da conta de energia elétrica. A empresa aprovou Plano Plurianual de Combate à Inadimplência com aporte de R$ 50 milhões em 2017. O trabalho inclui desde a cobrança dos débitos indevidos até o corte definitivo da luz daqueles que se recusarem a quitar a dívida. É a primeira vez que a empresa cria um programa especificamente para coibir débitos e fraudes.
A ação está diretamente associada ao aumento dos “calotes” na conta de luz. A empresa não divulga os números exatos das perdas com a inadimplência, mas afirma que, no terceiro trimestre de 2016, houve aumento de 107,8% na chamada Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, frente ao mesmo período do ano passado. Ou seja, do valor que a companhia não tem mais esperanças de receber dos devedores.
Em setembro, a inadimplência quantificada pela empresa foi de4,37%. Comparado com o mesmo período do ano anterior, a alta foi de 27%.
Apesar de a companhia não divulgar os números dos meses anteriores, a informação dada é a de que essa seja uma das piores situações da série histórica.
DESEMPREGO
Segundo o diretor de Finanças e Relações com os Investidores, Fabiano Maia Pereira, o aumento da inadimplência tem ligação direta com a alta taxa de desemprego no país. [/TEXTO]A expectativa da Cemig é que, com o investimento de R$ 50 milhões, haja um retorno de até R$ 300 milhões para os cofres da empresa. Isso porque cada R$ 1 investido tem potencial de gerar R$ 6.
Neste ano, a empresa vai investir, no máximo, R$ 30 milhões na caça direta aos inadimplentes. Ou seja, elevação de 70% nessa “rubrica” em 2017. O recurso será utilizado em uma ação para identificação dos débitos, notificação dos devedores, até a suspensão do fornecimento de energia.
A medida afeta, principalmente, os consumidores residenciais, que representam o maior percentual de inadimplentes. Para aqueles que pretendem quitar o débito, a companhia concede o parcelamento da dívidas. As ligações irregulares, os famosos “gatos”, também estão na mira da companhia e devem ser desligados.
A Resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê corte de energia em um prazo de 15 dias após a notificação do inadimplente
Empresa consegue reduzir em 10% o quadro de pessoal com Plano de Demissão Voluntária
O Plano de Demissão Voluntária da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) teve a adesão de 850 funcionários de janeiro a setembro. O número equivale a cerca de 10% do quadro total da empresa. Outros desligamentos ainda deverão ocorrer até o fim do ano.
Somente no braço de distribuição do grupo, foram 648 empregados que aceitaram o acordo de demissão. Segundo o diretor de Finanças e Relações com os Investidores, Fabiano Maia Pereira, o objetivo da empresa é reduzir ainda mais o quadro. Ele porém não adianta quantos funcionários serão demitidos. Um dos resultados do PDV foi a redução dos custos e despesas operacionais em 10,02% no terceiro trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano anterior.
Apesar de todo o esforço para reduzir os custos, Pereira acredita que não deverá ter reflexos sobre o próximo reajuste nas contas de luz. Aliás, quanto o aumento das contas, ele acredita ser cedo para comentar uma vez que existem vários fatores influenciadores, como o nível de chuvas.
O custo da energia no mercado livre de energia, onde as empresas compram o insumo, vai inclusive ditar a estratégia de venda de energia da empresa em 2017. Neste ano, ela decidiu vender mais no segundo semestre quando o preço no mercado livre estava em R$ 116,01 o megawatt. No primeiro, estava em R$ 34,69.