A Cesp voltou a pedir uma revisão no valor da indenização que o governo federal pagará à empresa pela usina hidrelétrica de Três Irmãos. A administração federal ofereceu R$ 1,7 bilhão pelo empreendimento, mas a companhia cobra R$ 3,8 bilhões. Diante do tamanho da diferença, o Poder Executivo federal abrirá os cálculos para mostrar à companhia como chegou a esse valor.
"Vamos apresentar os cálculos que foram feitos para a indenização da usina para eles analisarem. Eles argumentam que têm uma diferença e, justamente, vamos dar transparência aos cálculos e apresentar tudo que foi feito para ver se, por acaso, existe algum problema", disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. "Achamos que os cálculos estão corretos, mas é claro que, se houver qualquer erro, será revisto. Em princípio, achamos que estamos corretos", disse.
O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, afirmou que somente a usina, pelos cálculos da Cesp, teria a receber R$ 3,2 bilhões. De acordo com Aníbal, a usina foi projetada para ter oito turbinas, mas possui apenas cinco. "Mas tem espaço para outras três", afirmou. Isso pode ter causado a diferença nos valores calculados.
A Cesp cobra outros R$ 600 milhões pelas eclusas e pelo canal do empreendimento. "Nós temos um balanço, e temos listado no balanço um determinado valor. Eu não tenho como dizer ao Ministério Público (MP), aos investidores e ao povo de São Paulo que esse ativo que está registrado virou pó. Ele não deixou de existir", disse.
O secretário de Energia do Estado de São Paulo disse esperar que o imbróglio seja resolvido até novembro. "O governo tem reiterado que respeita contratos, quer que o País tenha investidores e segurança jurídica. Esperamos que governo dê atenção a esse processo e que esse procedimento seja resolvido de forma muito objetiva e transparente."
O leilão da usina de Três Irmãos está marcado para janeiro. A Cesp espera receber a indenização antes disso. A concessão da usina, segundo Aníbal, se encerrou em abril, mas a Cesp continuará a operá-la até que a licitação seja realizada. A companhia foi uma das que não aceitaram a proposta do Executivo federal para renovar, antecipadamente, as concessões do setor elétrico, em 2012.
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