Cesta básica sobe em 18 capitais e instituto sugere salário mínimo de R$ 2.674,88

Renan Carreira
06/02/2013 às 13:48.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:46
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Em Belo Horizonte, a cesta básica subiu 3,06% em janeiro, na comparação com dezembro, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além da capital mineira, outras 17 capitais brasileiras apresentaram aumento, conforme a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada nesta quarta-feira (6) pela instituição, as maiores altas foram verificadas em Salvador (17,85%), Aracaju (13,59%), Natal (12,48%) e Brasília (11,30%).

As menores oscilações, além de Belo Horizonte, ocorreram em Fortaleza (2,19%) e Belém (3,29%).

Em 12 meses, entre fevereiro de 2012 e janeiro último, período em que o Dieese reuniu informações de preços da cesta básica em 17 capitais (Campo Grande-MS não entra na amostra pois a pesquisa na cidade só foi implantada a partir de novembro), em todas as regiões houve aumento acima de 10%, com as maiores elevações em Natal (26,18%), Salvador (24,95%) e Aracaju (23,38%). As menores variações foram verificadas em Curitiba (11,47%), São Paulo (11,51%) e Belo Horizonte e Rio de Janeiro (ambas com alta de 11,83%).

Salário mínimo

O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.674,88 em janeiro para que suprisse suas necessidades básicas e da família, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação veio da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 18 capitais do Brasil.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 318,40, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 3,95 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 678,00, que passou a valer em janeiro.

O valor é maior que o apurado para dezembro, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.561,47 (4,12 vezes o piso então vigente, de R$ 622,00). Em janeiro de 2012, o Dieese calculava o valor necessário em R$ 2.398,82, ou 3,86 vezes o mínimo de então, de R$ 622,00.

A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário, para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em janeiro de 2013, o conjunto de bens essenciais, caiu na comparação com dezembro. Na média das 18 cidades pesquisas pelo Dieese, o trabalhador que ganha salário mínimo teve de cumprir uma jornada de 92 horas e 17 minutos em janeiro, tempo inferior a 93 horas e 54 minutos exigidos em dezembro. A queda ocorreu por causa do aumento nominal de 9% do salário mínimo no mês passado.

Em relação a janeiro de 2012, quando a pesquisa era feita em 17 localidades (Campo Grande/MS não entrava na amostra), a jornada exigida foi maior, já que naquele mês eram necessários 87 horas e 6 minutos.

Produtos

Belo Horizonte apresentou um dos menores aumentos no preço da farinha, com apenas 0.88%, o menor foi em Vitória com 0,33%. A única retração ocorreu em Brasília (-1,79%). O preço da farinha avançou em 17 localidades em janeiro, com destaque de alta nas capitais das Regiões Nordeste, onde é pesquisada a farinha de mandioca, e Norte. As altas mais expressivas ocorreram em Salvador (66,67%), Natal (36,50%) e João Pessoa (35,38%).

O preço do tomate subiu nas 18 capitais do país em janeiro, na comparação com dezembro, de acordo com levantamento divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em sete cidades, a alta superou 50%: Aracaju (104,93%), Vitória (87,97%), Natal (75,96%), Brasília (74,82%), Salvador (66,82%), Rio de Janeiro (66,67%) e Goiânia (63,51%). As menores elevações foram em Fortaleza (1,91%), Recife e Manaus (ambas com variação de 9,21%).

Segundo o Dieese, os preços do tomate sofrem fortes oscilações por causa das variações climáticas, "como o excesso de chuva, que tem prejudicado a produção. Soma-se a isso um aumento da demanda no fim do ano e início deste", informou a entidade, em nota distribuída à imprensa.

Já o preço do feijão subiu em 16 capitais no mês passado. Os avanços mais expressivos foram apurados em Salvador (20,80%), Natal (17,97%) e Florianópolis (13,66%). Já as menores variações aconteceram no Rio de Janeiro (0,77%), Vitória (1,52%) e Porto Alegre (2,76%). Houve recuo em Manaus (-3,00%) e Belém (-1,54%). Atualmente, o Dieese realiza todo mês a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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