O calor de quase 40 graus não desanimou os belo-horizontinos que deixaram as compras de fim de ano para a última hora. Faltando dois dias para o Natal, milhares de pessoas saíram às ruas, ontem. O pagamento da segunda parcela do 13º salário foi um dos motivos responsáveis pela demora.

“Todo ano eu digo que no próximo farei as compras com antecedência, mas isso nunca acontece. Sempre espero o pagamento da segunda parcela do 13º, que só sai no fim de dezembro”, afirma a técnica em segurança do trabalho, Mercês Câmara. Ela saiu de casa cedo para ir ao centro de Belo Horizonte garantir as compras de Natal das crianças da família.

Usando um boné para se proteger do calor e com muita disposição para enfrentar o trânsito engarrafado e as filas, intensificadas pelos congestionamentos nas máquinas de cartão de crédito, Mercês comprou brinquedos para quatro sobrinhos.

Quem também aproveitou o 13º para comprar os presentes de Natal da família foi a professora Neli Mendes Nascimento. Este ano, ela levou para casa calçados, bolsas e relógios. Os sapatos estão entre os mais cotados pelos brasileiros em 2012, segundo levantamento feito pelo Instituto Data Popular, especializado em pesquisas das classes C, D e E. Grande parte dos produtos foi adquirida no shopping Cidade, localizado no Centro.

No Diamond Mall, as compras estavam tão aquecidas quanto nas ruas. O técnico em administração Renato Santos também aproveitou o 13º para comprar seis presentes. “Este ano, gastei mais do que em 2011”, diz.

Pesquisa

De acordo com o Data Popular, 36% dos mais ricos presentearão seis pessoas neste Natal. Na classe média, o índice de pessoas que comprarão seis presentes cai para 23%. Já na base da pirâmide serão apenas 8%. Ainda na base, 59% das pessoas devem adquirir três produtos para presentear.
É o caso da babá Edilene Campos Silva.

“Comprei presentes para mim, para o meu marido e para a minha filha”, afirma. A filha vai receber o produto mais caro: uma bicicleta no valor de, aproximadamente, R$ 250. O pagamento, porém, não será feito com o 13º. “Financiei o valor no cartão”.

Na avaliação do presidente da CDL-BH, Bruno Falci, diversas medidas para incentivar o consumo foram adotadas pelo governo federal neste ano, fator que impulsionou as vendas de Natal. Como exemplo das medidas, ele cita a ampliação da oferta de crédito, a redução do IPI para vários setores e os cortes sucessivos nas taxas de juros.

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