Com taxas de crescimento anual de dois dígitos e um amplo mercado pela frente, o ramo dos consórcios confia na elevação da renda da população para manter o acelerado ritmo de negócios. O segmento contabilizou 5,18 milhões de participantes ativos em 2012, uma alta de 11,4% sobre o ano anterior. Nesta base de comparação, as novas cotas avançaram 1,6%, chegando a 2,53 milhões.
O volume de negócios atingiu R$ 80,1 bilhões, uma alta de 4,8%. Diante dessa invejável expansão, o Banco Central alertou os interessados em participar dos consórcios sobre os seus direitos e enumerou precauções a serem observadas. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac).
O boletim “Consumo e Finanças” do Banco Central, da semana passada, lembra o consumidor, entre outras coisas, que deve estar atento a propagandas enganosas, como promessas de cotas com garantia de contemplação imediata, uma vez que os sorteios não têm ganhador pré-definido.
O consumidor também tem o direito a desistir do negócio em até sete dias após assinatura do contrato, sem ônus, caso tenha sido procurado para firmar o compromisso e isso tenha ocorrido fora do estabelecimento. Se a iniciativa partiu de uma visita do consumidor, esse direito não existe.
Compra planejada
Segundo o presidente regional da Abac-Sudeste, João Pedro de Andrade Salomão, os consórcios são modalidades de compra planejada. “No financiamento tradicional, o consumidor paga mais caro, e, no caso de motocicletas, paga até uma moto e meia. No entanto, adquire o bem na hora. No consórcio ele paga mais barato, mas não necessariamente recebe o bem de imediato”.
A diferença de preços ocorre porque no caso dos consórcios não há pagamento de juros, mas de uma taxa de administração que, para manter o negócio atrativo, sempre estará abaixo da taxa de juro cobrada pela instituição financeira que emite o crédito. No banco, muitos podem não conseguir o financiamento também. “Já o consórcio abre portas para pessoas com menor renda”, diz Salomão.
Ele citou que está fechando um negócio com automóveis em que a taxa de administração cobrada é de 0,12% ao mês. O juro no banco equivalente a esse tipo de transação seria de 1,2% ou 1,3% mensais. No caso de veículo leve, seria viável a compra a partir de parcelas de R$ 300 a R$ 400. Para um carro precificado a R$ 48 mil podem ser encontradas ofertas de consórcio com prestações de R$ 600.
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