Construtora em MG paga mais por mão de obra qualificada

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
09/08/2012 às 13:56.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:19

(Renato Cobucci)

A alta dos encargos e a dificuldade para encontrar mão de obra qualificada têm perturbado o sono dos empresários mineiros da construção civil. Hoje, são essas as principais fontes de preocupação da classe empresarial, como mostra sondagem realizada pela Federação da Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil em Minas (Sinduscon-MG).

O levantamento, divulgado na última quarta-feira (8), mostra que a falta de profissionais qualificados é problema para 76% dos patrões. A elevada carga tributária foi citada por 43%, enquanto taxa de juros salgadas e alto custo da mão de obra foram lembrados, respectivamente, por 37% e 25% dos empresários.

A assessora econômica do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, faz as contas. Tomando-se por base valores de junho de 2012, o piso pago pela hora trabalhada é de R$ 4,072. É essa a quantia que vai para o bolso do operário. Com os encargos previdenciários e trabalhistas, que incluem FGTS, INSS, benefícios acertados em convenção coletiva, entre outros itens, o custo daquele trabalhador para a empresa sobe para R$ 13,87, a hora.

Segundo Ieda, há dois anos, em junho de 2010, o material era o responsável pela maior fatia do custo da construção. Naquela época, os gastos com o pessoal que atuava no canteiro de obras não passavam de 47%. Hoje, a situação se inverteu. E a mão de obra passou a equivaler a 51% da despesa total.

O Custo Unitário Básico (CUB) também indica a elevação nos gastos. De janeiro a junho deste ano, a escalada no valor da mão de obra chegou perto dos 8%, em Minas. “Isso considerando-se só os primeiros seis meses do ano, e para o Estado”, ressalta. Ainda de acordo com a assessora do Sinduscon-MG, o piso atual para servente é de R$ 677,70. O vigia ganha R$ 702,24. Na categoria meio oficial, o salário é de R$ 783,55. Já o oficial recebe a partir de R$ 1.037,34. “Mas diante da escassez, muitas empresas têm que pagar além. É uma questão de mercado”, diz.

Para Guilherme Veloso, da Gerência de Estudos Econômicos da Fiemg, a situação em Minas se repete no país. “De acordo com o INCC, que é o Índice nacional da Construção Civil, no acumulado do ano, a parcela de materiais registra uma ligeira variação positiva de 0,28%, ao passo que a parcela dos custos referente à mão de obra acumula uma alta de 7,59%”, destacou.

O resultado é uma queda no otimismo com relação às contratações (de 61 pontos, em junho, para 56,6 pontos, em julho) e aos novos empreendimentos (de 60,7 para 55,5, no mesmo período de comparação). As condições financeiras foram outro motivo de insatisfação. A margem de lucro também caiu no conceito dos empresários, descendo a 49,1 pontos, menos que os 50 pontos que indicam otimismo do setor, segundo a sondagem.

 

 


 

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