O belo-horizontino tem planejado mais seus gastos e comprado menos por impulso. O movimento é resultado da percepção de um cenário econômico mais desfavorável, que torna o hábito de consumo mais conservador.
Em junho, 37,9% dos consumidores da capital conseguiam planejar as finanças e sobrava dinheiro. Em dezembro esse percentual subiu para 70,9%.
Outra mudança de comportamento diz respeito às compras por impulso, comuns no Natal. Neste mês, 77,6% dos entrevistados informaram não comprar por impulso, contra 75,4% em novembro, o que revela uma conscientização sobre a necessidade de planejamento.
Os dados são de pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Belo Horizonte (Fecomércio-MG), que ouviu 393 pessoas.
“O consumidor em Belo Horizonte tem a característica de realizar o planejamento doméstico, mas muitas vezes os planos são abandonados ou seguidos parcialmente. Apesar do aumento do planejamento favorecer o fechamento do orçamento do mês no azul, também cresceu o número de consumidores que recorrem a financiamentos . São doi extremos”, afirmou o economista da Fecomércio-MG Caio Gonçalves.
Conforme o levantamento, em junho apenas 2,1% dos entrevistados afirmaram que sempre precisam de empréstimos para cobrir os gastos. Este mês, 28,1% alegaram a necessidade de financiamentos.
Compras de Natal
O perfil conservador é percebido também no direcionamento dos recursos excedentes em dezembro, com opção pela poupança.
Pela sazonalidade do período, aumentou o contingente de pessoas que vão fazer compras com o dinheiro que sobrar. Eram 14,7% em novembro, contra 21,7% em dezembro.