Consumidores quitam dívidas e inadimplência pode atingir menor nível histórico

Hoje em Dia *
Publicado em 27/02/2014 às 20:42.Atualizado em 20/11/2021 às 16:20.
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Apesar da alta dos juros, a inadimplência teve pequeno recuo em janeiro, de 0,1 ponto percentual, voltando ao patamar de 6,6% verificado em novembro e próximo ao menor da série histórica, de 6,4% em abril de 2011. As taxas referem-se ao crédito concedido a pessoas físicas com os chamados recursos livres, que excluem o crédito habitacional, rural e o concedido pelo BNDES.

Já a taxa consolidada de inadimplência do sistema financeiro, que consider todos os segmentos de crédito, alcançou 3,0%. “As taxas estão bem próximas de seu mínimo histórico. Há o efeito do crescimento do emprego e da renda contribuindo para isso”, disse Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central.

O recuo é também efeito do movimento sazonal de inicio de ano, já que os consumidores normalmente usam a renda de fim de ano para sair do cheque especial, onde há taxas mais caras, o que provoca efeito de recomposição do índice em janeiro.

Houve, contudo, um pequeno aumento nos atrasos de 15 a 90 dias nos pagamentos, importante indicador para medir o risco de alta da inadimplência no futuro.

Juros em alta

Na contramão da inadimplência, a taxa média de juros cobrada do consumidor voltou a subir em janeiro e chegou a 39,9% ao ano, comforme informou o Banco Central. É o maior patamar desde março de 2012, quando estava em 41,2%.

A alta dos juros para o consumidor foi expressiva, de 1,9 ponto percentual frente ao mês anterior. Já para as empresas, o aumento foi de 1,4 ponto percentual, o que levou a taxa para 22,8%.

A alta dos juros ao consumidor reflete o novo ciclo de aperto monetário promovido pelo BC. Desde abril do ano passado, a autoridade monetária já subiu a taxa básica de juros (Selic) em 3,5 pontos percentuais. Atualmente, ela está em 10,75% ao ano.

Com os juros altos, fica mais caro tomar empréstimos e fazer compras parceladas. Ao aumentar a taxa básica, o governo busca desestimular o consumo e conter a inflação.
No segmento de recursos direcionados, que consideram as linhas do BNDES e do crédito habitacional, o juro total aumentou bem menos do que no crédito onde os bancos são livres para escolher as taxas. Ficou em 7,9% ao ano, alta de apenas 0,4%. (* Com agências)

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