Coutinho defende liberação de R$ 15 bi para infraestrutura

Por Graciliano Rocha, Enviado especial - Folhapress
01/03/2013 às 18:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:29

  LONDRES - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defendeu a estratégia do governo federal de tentar atrair bancos privados para o financiamento do programa de concessões de obras de infraestrutura com a liberação de R$ 15 bilhões retidos no Banco Central, o chamado compulsório dos bancos.    Segundo ele, o dinheiro vai poder ser usado tanto no financiamento direto a projetos de infraestrutura quanto na compra de debêntures (títulos de dívida) emitidos por empresas que investem em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos ou energia.    "É saudável porque traz competição para o mercado e traz um novo ator para o mercado de longo prazo", disse Coutinho, que participou de um seminário com investidores internacionais, em Londres.  O valor a ser liberado é uma pequena parte do compulsório, que tem depósitos de mais de R$ 350 bilhões, mas indica uma tentativa do governo de modificar o quadro do financiamento de longo prazo no país, concentrado nos bancos estatais.    Analistas de bancos privados ouvidos pela reportagem ontem, na capital britânica, avaliaram que é mais provável que o dinheiro do compulsório seja mais usado na compra de debêntures do que no financiamento direto.    Um dos entraves apontados é que desde que o Conselho Monetário Nacional decidiu abrir o compulsório para o financiamento de infraestrutura, ainda não foram modelos para os empréstimos serem operacionalizados.  Indagado, Luciano Coutinho disse que dois grandes bancos privados -sem citar quais- já demonstraram interesse nesse tipo de operação se desenvolvida em conjunto com o BNDES que tem expertise em financiamentos de longo prazo.    

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