Crédito rotativo pode ser parcelado a partir de abril

Folhapress
26/01/2017 às 20:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:35
Resultado aponta a estabilização da demanda por crédito pelas famílias (Wesley Rodrigues / arquivo Hoje em Dia)

Resultado aponta a estabilização da demanda por crédito pelas famílias (Wesley Rodrigues / arquivo Hoje em Dia)

O uso do rotativo do cartão de crédito ficará limitado a um prazo de 30 dias a partir de abril deste ano, de acordo com as novas regras para o uso dessa linha de crédito anunciadas pelo Banco Central nesta quinta-feira (26). A linha emergencial usada por quem não consegue pagar o valor integral da dívida só poderá ser usada entre o vencimento da conta e a data de liquidação da fatura seguinte.

Depois, as instituições financeiras deverão procurar o consumidor para oferecer nova modalidade de financiamento ou, automaticamente, parcelar o crédito do rotativo, com número determinado de prestações e juros menores. "Nossa expectativa é que ofereçam o parcelado do cartão de crédito ao cliente, mas isso será uma opção do banco", afirmou Otávio Damaso, diretor de regulação do BC.

"É um instrumento que torna a operação menos arriscada, ou seja, o custo dela vai ficar menor para a instituição financeira", disse. "Nossa expectativa é que, em um mercado competitivo, a indústria vai oferecer taxas menores".

Os bancos têm até 3 de abril deste ano para implementar a medida, mas nada impede que as instituições se antecipem. A medida vale para pessoas físicas e jurídicas, exceto para cartões de créditos vinculados a empréstimos consignados, que já têm taxas limitadas pelo governo.

Ao explicar a medida, o BC afirmou que os bancos e o governo esperam que as taxas do rotativo caiam dos atuais 485% ao ano para patamares mais próximos dos cobrados no pagamento parcelado da fatura, cerca de 153% ao ano.

Hoje, os bancos já permitem que um cliente sem dinheiro para pagar a fatura integral escolha quitar no mínimo 15% da dívida e entrar no rotativo ou parcelar o total. Mesmo menor, a taxa ainda será elevada quando comparada a outras linhas. O crédito pessoal não consignado custa 139% ao ano. O consignado tem juro médio de 29%.

Essa modalidade representa R$ 37 bilhões por ano, menos de 5% de todo o crédito com recursos livres para pessoas físicas. Metade da carteira do rotativo tem classificação de risco E ou pior que E (a variação de riscos de crédito vai de A, o melhor, a H).

Em dezembro, 37% das operações do rotativo estavam com pagamentos atrasados há mais de 90 dias. Apesar da queda da inadimplência em 2016, essa modalidade registrou aumento de 53 pontos porcentuais nos juros cobrados ao longo do ano passado, para 485% ao ano, novo recorde. 

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