Crise impõe desativação de laminador em Minas

Bruno Porto - Hoje em Dia
Publicado em 15/07/2015 às 06:17.Atualizado em 17/11/2021 às 00:54.
 (Divulgação)
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A redução de demanda, a alta da ociosidade e as perspectivas negativas para a economia brasileira nos próximos anos farão a ArcelorMittal desativar dois de seus dez laminadores de aço em operação no país. Um dos equipamentos que deixará de operar possui capacidade de laminação de 500 mil toneladas ao ano e está instalado na unidade da empresa em Piracicaba. O laminador 3, ainda em fase de testes em João Monlevade, deverá ser o segundo. Ele tem capacidade de 1,050 milhão de toneladas de aço anuais e demandou investimentos de US$ 175 milhões.

O CEO da ArcelorMittal Aços Longos Américas, Jefferson de Paula, afirmou nesta terça-feira (14) durante sua palestra no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo, que o equipamento em João Monlevade ficará de um a dois anos desativado por falta de demanda que justifique sua operação.

Ao final da conferência, abordado por jornalistas, disse que a decisão não está tomada em definitivo, e que isso deve ocorrer entre um mês e meio ou dois meses. Esse é o tempo necessário também para finalizar os testes do equipamento que opera há apenas um mês.

Em Piracicaba, onde a parada do laminador é admitida, a empresa está em negociação com o sindicato para colocar parte dos trabalhadores em lay off (suspensão temporária do contrato de trabalho). De Paula não comentou sobre a possibilidade de a mesma medida ser adotada nas unidades mineiras caso se confirme desativação de um laminador.

Transferência

“Temos a alternativa de não parar esse laminador (de João Monlevade) porque ele é muito moderno e de baixo custo. Como temos outras usinas, podemos transferir a produção de alguma unidade”, afirmou Jefferson de Paula. A transferência de produção para as unidades de Minas Gerais (João Monlevade e Juiz de Fora) é muito limitada, uma vez que ambas unidades operam no topo de suas capacidades de produção, como informou o executivo.

De Paula ainda afirmou que a empresa tem engatilhado um aporte de US$ 600 milhões em um novo alto-forno e uma nova aciaria para a unidade de João Monlevade, que aguarda melhoria nas condições de mercado para ser alocado.

O investimento duplicaria a produção na unidade, e chegou a ser iniciado, com contratação de empreiteiras para as obras, mas foi suspenso por tempo indeterminado. O pico das obras empregaria 6 mil pessoas. As previsões De Paula, porém, não são animadoras. “Somente daqui a dez anos voltaremos ao patamar de consumo aparente de 2013”, disse o executivo.

(*) O repórter viajou a convite do IABr

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