Crise no Grupo João Lyra ameaça 3.600 empregos em Minas

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
02/10/2012 às 12:02.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:44

A falência do Grupo João Lyra, proprietário de cinco usinas de açúcar e álcool no país, duas delas em Minas, foi suspensa pela Justiça. A decisão será publicada hoje e a recuperação judicial iniciada em 2008 voltará a tramitar. Em Capinópolis e Canápolis, no Triângulo Mineiro, onde estão as duas usinas do grupo em Minas, a crise ameaça 3.600 trabalhadores.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canápolis, Erasmo Aparecido Dantas, a situação é de temor quanto ao futuro da empresa. A cidade tem 11 mil habitantes e, nos períodos de safra, a usina emprega 1.100 pessoas. “Quem trabalha, não sabe até quando”, afirma.

A crise já afetou fornecedores. “O pessoal que trabalhava com ônibus, transportando o pessoal para o campo, os fornecedores de alimentação e os tratoristas não querem mais trabalhar na empresa porque não receberam. Muitos entraram na Justiça”, diz.

Em Capinópolis, a dívida com fornecedores estaria acumulada em R$ 700 mil. A cidade tem 15 mil moradores e a usina ocupa 2.500 trabalhadores na safra.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Capinópolis, José Joaquim de Araújo, diz que o comércio sente diretamente os impactos do que ocorre na usina. “É o maior empregador da cidade. Em caso de demissões em massa, vários comerciantes vão fechar as portas”, prevê.

O Grupo João Lyra acumula dívidas de R$ 1,2 bilhão. Mas a empresa afirma que seus ativos somam R$ 2,5 bilhões, o suficiente para cobrir os débitos. Representantes da empresa não foram localizados ontem.

A crise do João Lyra tem como pano de fundo o declínio do etanol. De 2009 para 2012, a sua participação no consumo de combustíveis passou de 50% para 35%.
 
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