Declarações de Pimentel valorizam ações da Cemig

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
10/10/2014 às 07:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:33

(Editoria de Arte)

As ações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) têm dançado no ritmo das eleições. Depois de registrar queda de 25% entre 3 de setembro e 1º de outubro, despencando de R$ 19,12 para R$ 14,30, os papéis da estatal voltam a subir. Entre 1º de outubro e nessa quinta-feira (9), as ações preferenciais da companhia variaram positivamente 14,2%, passando de R$ 14,30 para R$ 16,32. As declarações do governador eleito pela coligação Minas pra Você, Fernando Pimentel, de que manterá os contratos da elétrica e irá aumentar a profissionalização das estatais, deu força aos papéis.

“O mercado está acreditando nessa premissa, de que não haverá quebra de contratos”, afirma o analista-chefe de investimento da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Além disso, segundo Galdi, a ida do candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, ao segundo turno ajudou a alavancar a bolsa de valores, refletindo no preço das ações da estatal mineira. “Aécio é mais voltado ao mercado financeiro, enquanto Dilma é mais avessa, se dá melhor com políticas sociais”, afirma o analista econômico Guilherme Canaa.

Segundo ele, a expectativa é a de que haja uma volatilidade maior nas ações até o dia 26, quando será realizado o segundo turno das eleições presidenciais. O reflexo pode se estender no médio prazo, após as eleições. “É um período conturbado, sem definições”, comenta Canaa.

O gestor de investimentos da H. H. Picchioni Paulo Amantéa concorda. De acordo com ele, o momento é interessante para investidores de giro, ou seja, aqueles que fazem apostas de curto prazo. Os que investem para formar carteira devem fugir da bolsa de valores. “As ações da Cemig têm se comportado como a bolsa em geral. Têm repiques. É um momento de elevações e quedas. As ações sobem com boatos e caem com fatos”, diz Amantéa.

Para 2015, as estimativas para o papel da estatal são boas se Aécio vencer, explica. Neste caso, há a possibilidade de que haja a adoção de medidas paliativas para amenizar os reflexos da Medida Provisória (MP) 579, convertida na Lei 12.873, que antecipou a renovação das usinas de energia elétrica, mediante redução da tarifa de luz para o consumidor. A ação, que diminuiu a conta de luz, derrubou o lucro das empresas e, consequentemente, o rendimento dos acionistas.

A ameaça de uma nova redução na conta de luz, dessa vez apenas dos mineiros, assustou os investidores. No entanto, a previsão é a de que a queda, caso ocorra, seja a partir de um abatimento no ICMS, imposto estadual. Hoje, o ICMS cobrando pela energia em Minas é de 30%, o maior do país.

De acordo com Amantéa, o corte no ICMS por parte de Pimentel não afetaria os papéis da Cemig, embora beneficiasse o consumidor. Afinal, o imposto cobrado pela concessionária é totalmente repassado ao governo estadual. No entanto, o repasse não é imediato. “Ele é feito cerca de 20 dias depois de ser recebido. Nesse período, o dinheiro é investido, não fica parado. Há uma receita, mas é muito pouca. Reduzir o ICMS não é motivo para derrubar ações”, afirma. 

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