Desvalorização do real frento ao dólar anima a indústria mineira

Bruno Porto - Hoje em Dia
22/08/2013 às 07:02.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:12

A valorização do dólar frente ao real deu novo fôlego à indústria mineira. Setores combalidos pelo atual ciclo econômico, como o cafeeiro, siderúrgico, de máquinas e equipamentos e têxtil melhoram suas perspectivas para o ano. Além de assegurar maior rentabilidade e competitividade às exportações, o dólar mais caro deve arrefecer a entrada de produtos importados.

Embora especialistas não apontem a forte valorização da moeda americana como uma tendência de novo patamar, o primeiro impacto da cotação mais alta é amplamente favorável.

Com a economia mineira fortemente baseada em setores exportadores, as condições de competição no mercado melhoram, mesmo que a curto prazo. “Haverá trégua da competição com importados e as exportações darão maior faturamento às empresas”, diz Alexandre Brito, consultor do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

O segmento mais beneficiado em um primeiro momento é a cafeicultura. De janeiro a julho deste ano, apesar de as exportações de café de Minas terem registrado alta de 17,9%, as receitas caíram 23,5%, somando US$ 1,7 bilhão, ante US$ 2,1 bilhões do mesmo período de 2012, em decorrência da queda de preços.

“O produtor vai respirar, e será bem compensado pelas perdas recentes. Mas o café arábica perdeu muito espaço no mercado internacional e foi significativamente substituído pelo robusta (ou conillon), que teve boa aceitação. Não é simples alterar esse quadro”, afirma Pedro Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

A produção em Minas é majoritariamente de arábica, enquanto o Espírito Santo é o maior produtor de robusta.


Invasão

A invasão de produtos importados, que abocanha parcela significativa de mercado em setores como aço, têxtil e calçados, pode perder força com o dólar caro. “Pelos menos nos primeiros 60 dias, a porta vai fechar para os calçados importados. Depois, a situação pode mudar, porque trabalhamos com insumos como cola, borracha e óleo, que acompanham a cotação do dólar”, diz Pedro Gomes, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana.

O otimismo da indústria, contudo, vai depender da manutenção ou não do câmbio no patamar de R$ 2,40 por dólar.
 
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