A presidente Dilma Rousseff informou nesta terça-feira (15), que o Novo Banco de Desenvolvimento, o "banco do Brics", será efetivamente criado e terá como sede a cidade de Xangai, na China. Segundo ela, o novo banco do Brics terá capital autorizado de US$ 100 bilhões e subscrito de US$ 50 bilhões. "O primeiro presidente do banco será indicado pela Índia, enquanto o Brasil terá a primeira presidência do conselho de administração e a Rússia a primeira presidência do conselho de governadores", afirmou Dilma, em seu discurso na reunião de cúpula do Brics.
A notícia da criação do novo banco veio acompanhada de um novo pedido aos países ricos, feito pela presidente Dilma, para que acelerem a reforma nas cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Urgente reforma que precisamos realizar, uma mudança na estrutura de votos do fundo", disse Dilma.
Material divulgado nesta tarde pelo Ministério da Fazenda explica que o Brasil terá o segunda presidência do banco dos Brics, ficando depois da Índia. Depois do Brasil, na sequência, ficarão Rússia, África do Sul e China.
A Fazenda informa também que o primeiro escritório regional será instalado em Johannesburgo, na África do Sul; o segundo, será no Brasil. Datas de instalação, no entanto, estão "a definir", ou seja, não há prazo. A sede do banco será instalada em Xangai, na China.
O texto relata que um fundo será criado para ajudar a implementar o banco do Brics. A China será o maior contribuidor.
Veja a fala da presidente Dilma:
Banco de combustíveis
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aproveitou seu discurso na reunião de cúpula dos países do Brics para defender a criação de um "banco internacional de combustíveis". A ideia, que não havia surgido em nenhum outro encontro do Brics, criado em 2008, funcionaria, segundo Putin, para "assegurar a segurança energética em nossos países, para assegurar o comércio de diferentes combustíveis entre nós".
Entusiasmado com o acordo pela criação do Novo Banco do Desenvolvimento, Putin afirmou que a nova instituição "terá bases para grandes mudanças macroeconômicas", uma vez que será, no futuro, "uma das agências econômicas mais importantes do mundo".
O presidente russo também afirmou que o grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, "ocupa um lugar único na economia global".