SÃO PAULO - O dólar negociado no mercado à vista -que é utilizado como referência para as negociações no mercado financeiro- fechou a sexta-feira (8) em queda de 0,56%, cotado a R$ 1,949 na venda. Foi o nível mais baixo de fechamento desde 8 de maio de 2012, quando o dólar encerrou a R$ 1,939 na venda. O movimento decorre da expectativa crescente de que o Banco Central elevará a taxa básica de juros para conter pressões inflacionárias, o que tornaria o país mais atraente para capitais estrangeiros.

"Se o BC aumenta a Selic, o investidor estrangeiro vai investir mais no país e vai ter uma entrada muito maior de dólar no mercado nacional. Com isso, o real vai se desvalorizar em relação ao dólar, e é bem provável que o BC seja conivente com isso, porque vai aliviar a inflação", avalia o operador de câmbio Reginaldo Galhardo, da Treviso Corretora.

Segundo Galhardo, esse alívio na inflação ocorre porque, com a baixa do dólar, acabam ficando também mais baratos os produtos importados e, consequentemente, os produtos nacionais terão que reduzir seus preços para enfrentar a concorrência externa.

"A queda do dólar hoje, então, aconteceu porque o mercado resolveu vender mais dólares para aproveitar a alta da Selic, se ela for realmente confirmada no próximo mês", disse Galhardo. Agora, segundo o operador, é preciso ver até que ponto o BC vai deixar a cotação do dólar cair. "Da última vez que a autoridade interferiu no câmbio foi quando ele chegou aos R$ 1,95. O que a gente pode constatar agora é que ele vai deixar cair mais que isso". O dólar comercial -usado para transações entre o Brasil e o exterior, como importações e exportações e remessas de empresas estrangeiras para seus países de origem- registrou queda de 0,71%, cotado a R$ 1,947 na venda.

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