Economia em ritmo lento leva siderurgia no Brasil à estagnação

Bruno Porto - Hoje em Dia
21/08/2013 às 07:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:10

Durou menos de quatro meses a projeção do Instituto Aço Brasil (IABr) que traçava um 2013 de retomada para a siderurgia do país. O setor convive com margens reprimidas desde 2008 e tem a maior produção concentrada em Minas Gerais.

Divulgada em maio deste ano, a previsão era de crescimento da produção de 5,8% sobre 2012, e foi corrigida na terça-feira (20) para queda de 0,1%. As exportações, inicialmente com queda estimada de 5,7%, agora deverão despencar 18,6%, a despeito da recente valorização do dólar frente ao real.

A revisão dos indicadores foi apresentada pela entidade, que apontou o cenário desfavorável das economias doméstica e estrangeira como o fator que levou à revisão. O discurso em maio era “temos um mantra que é crescer em 2013”. Ele deu lugar a “perda sistêmica de competitividade e excedente monumental de aço”.

Internamente, além da manutenção de um cenário pouco competitivo, com alta carga tributária e custos elevados de insumos, os chamados projetos especiais, como os da Copa do Mundo de 2014 e a exploração de petróleo no pré-sal, não trouxeram a demanda prevista.

“Pelo menos quatro estádios foram construídos com aço importado. O preço da energia ainda é o dobro do que o resto do mundo paga”, afirmou o presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes. O setor opera hoje com 29% de ociosidade e 69% de sobra na relação capacidade de produção versus demanda doméstica.

Sobre o cenário internacional, o excedente de aço no mundo persiste e tende a aumentar. “Hoje, são 587 milhões de toneladas de aço excedentes e ainda vão entrar mais 192 milhões de toneladas até 2015”, observou. Elas virão da China, India e países do Oriente Médio e Norte da África.
 
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