O número de desempregados em junho, em Belo Horizonte e região metropolitana, foi 46% maior do que o registrado no mesmo mês de 2012, o que significa mais 52 mil pessoas sem emprego e reforça a previsão de que 2013 terá menos vagas disponíveis no mercado. O exército de desempregados passou de 113 mil para 165 mil, em função da fraca atividade econômica nacional.
Em junho deste ano, a taxa de desemprego foi de 6,7%, contra a de 4,8% do mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação João Pinheiro.
Na avaliação do coordenador da pesquisa, Plínio Campos, o ritmo lento da economia não favorece a absorção da demanda crescente por postos de trabalho. Das 97 mil pessoas que procuraram emprego em junho, 45 mil conseguiram uma colocação.
“Apesar da taxa de desemprego de junho ter apresentado uma pequena queda em relação a maio (7,4%), a tendência é aumentar, como tem sido com quase todos os meses de 2013, em comparação com 2012, e este ano o desemprego deve ser maior”, aponta.
Campos afirma que, por causa da dificuldade em encontrar postos regulares de trabalho, o número de autônomos aumentou.
“Mais 32 mil estão no mercado, em comparação com junho de 2012, e o rendimento médio deles diminuiu 3,8%, para R$ 1.362. Essa queda pode ser resultado do crescente fluxo que provocou certo inchaço na categoria e puxou os salários para baixo”, acrescenta.
Dos 45 mil trabalhadores que conseguiram emprego em junho deste ano, 20 mil foram para a construção, setor que mais absorveu mão de obra.
A assessora econômica do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ieda Vasconcelos, afirma que o setor é um importante contratador , mas reconhece que o ritmo de geração de empregos não é o mesmo dos últimos anos.
“O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostrou que das 18.127 vagas geradas em BH no primeiro semestre de 2013, 9.242 foram da construção. No mesmo período de 2012, o volume de postos abertos pelo setor atingiu 15.442. A queda é um reflexo do período econômico pelo qual o país está passando”, explica.