Efeito da tarifa de energia impacta IPC-S em março

Beatriz Bulla
01/04/2013 às 09:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:25

Mesmo com uma pressão bem menor nos preços da gasolina, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou de 0,33% em fevereiro para 0,72% em março, por causa do fim do efeito do corte da tarifa de energia na inflação. No final de fevereiro, a gasolina registrava alta de 5,02% e a tarifa de eletricidade residencial, queda de 13,91%, o que puxava para baixo o resultado da inflação do mês. Já no fechamento de março, a gasolina desacelerou para alta de 0,12% e saiu da lista de maiores pressões de alta, mas a tarifa de energia passou para o terreno positivo (0,82%) e foi a responsável pelo avanço do indicador de um mês para o outro.

A pressão negativa do corte da tarifa de energia vinha diminuindo desde o final de fevereiro, mas, na quarta quadrissemana de março, o item passou a registrar inflação pela primeira vez desde o anúncio da medida. Na quadrissemana imediatamente anterior, estava em -0,20%. Da terceira prévia do mês para a quarta, o grupo Habitação, puxado pelo desempenho da energia, foi um dos dois únicos a registrar acréscimo na taxa de variação (passou de 0,65% na terceira quadrissemana do mês para 0,74%). No final de fevereiro, esta classe de despesa registrava deflação de 1,28%.

O outro grupo que apresentou aceleração no fechamento de março foi Vestuário (de 0,68% na terceira quadrissemana para 0,81%), puxado pelos preços das roupas, que subiram de 0,71% para 0,90%.

Os demais grupos analisados pela FGV apresentaram decréscimo nas taxas de variação da terceira para a quarta quadrissemana, com destaque para Transportes (de 0,60% para 0,34%), puxado pela desaceleração nos preços da gasolina, cuja taxa foi de 1,83% para 0,12% no período.

No grupo Alimentação, que saiu de 1,42% para 1,31%, foi destaque o comportamento dos preços das carnes bovinas, que acentuaram a queda de 2,14% para 2,61%. Os demais grupos que registraram decréscimo nas taxas de variação foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,59% para 0,51%), Comunicação (0,48% para 0,45%), Educação, Leitura e Recreação (0,32% para 0,24%) e Despesas Diversas (0,19% para 0,18%), com destaque, respectivamente, para os itens artigos de higiene e cuidado pessoal (0,27% para -0,02%), tarifa de telefone residencial (0,70% para 0,38%), show musical (3,13% para 2,20%) e cartório (0,70% para 0,26%).

Entre as maiores pressões negativas da terceira para a quarta quadrissemana estão alcatra (de -3,48% para -5,14%), passagem aérea (de -5,71% para -5,75%), contrafilé (de -6,33% para -5,97%), licenciamento/IPVA (de -1,26% para -1,26%) e tarifa de táxi (de -1,42% para -1,57%).

Do outro lado, entre as maiores influências de alta, aparecem refeições em bares e restaurantes (de 1,06% para 0,85%), tomate (de 9,79% para 11,62%), cebola (de 22,40% para 25,04%), aluguel residencial (de 0,73% para 0,85%) e empregada doméstica mensalista (de 1,46% para 1,13%).
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