Com a cotação dos créditos de carbono em baixa no mercado, empresas brasileiras que desenvolvem projetos de redução de emissão ou remoção de gases de efeito estufa (GEE) estão apostando na venda de créditos a pessoas físicas para manter a liquidez do negócio. A compra, nesse caso, é voluntária e tem a finalidade de compensar as emissões geradas pelo cidadão com o uso de veículos automotores e aviões, por exemplo. Para uma família de quatro pessoas, que percorre 40 quilômetros de ônibus por dia e faz uma viagem aérea por ano até o Rio de Janeiro, por exemplo, são necessários 2,07 créditos para compensar a emissão de gás carbônico (CO2). Caso fosse comprar créditos para compensar sua “poluição” no Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Região Metropolitana, essa família gastaria R$ 45 por ano. Desde maio, o jardim botânico está comercializando créditos de carbono para visitantes em parceria com a Plantar Carbon, empresa consultora de mudanças climáticas e sustentabilidade chancelada pela Organização das Nações Unidas para comercializar créditos. “Nossa calculadora ecológica, disponível em nossas páginas nas redes sociais, registra a quantidade de dióxido de carbono emitida e os créditos necessários para compensá-la”, afirma a coordenadora de Gestão Ambiental do instituto, Sulamita Moreira. Os créditos são comercializados no próprio Inhotim. Alternativa Para especialistas, investir em pessoas físicas é uma tendência que deve ganhar força daqui para frente. “O mercado de carbono para empresas está em crise, porque o valor dos créditos está muito baixo – caiu de € 4 para € 0,10, em alguns casos. A maneira que as empresas estão encontrando para liquidar seus créditos é apostando nessas iniciativas”, afirma o diretor da WayCarbon, empresa de consultoria em mudanças climáticas, Felipe Bittencourt, lembrando que a crise econômica mundial reduziu tanto as emissões quanto a disponibilidade de recursos para aquisição de créditos.
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