Embrasil moderniza gestão e investe em feira

José Maria Furtado - Hoje em Dia
03/02/2014 às 07:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:45

(Samuel Costa/ Hoje em Dia)

Em março, as coisas devem mudar na Embrasil – Empresa Brasileira Distribuidora Ltda, de Contagem. Até lá, o ERP, um sistema de informação adquirido da SAP, estará implantado. “Então, nossa tomada de decisão vai ficar mais ágil e assertiva, além da gestão passar a ser embasada em dados de maior qualidade. Com isso, vamos cortar custos, aumentar a rentabilidade e melhorar a governança corporativa”, diz Ronado Saraiva Magalhães, 42 anos de idade, presidente da Embrasil.   Enterprise Resource Planning (ERP) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. Muitas empresas, de todos os ramos, já adotaram semelhantes. Ronaldo não acha que a Embrasil esteja chegando atrasada. “No atacado, o da SAP, a maior empresa do mundo nesse sistema, ainda é uma novidade”.    Contudo, a empresa usava uma tecnologia ultrapassada e não a evoluiu. Ela até atendia bem as necessidades, mas não permitia um salto qualitativo e nem acompanhar o mercado. “Cada vez mais precisamos ter a empresa com governança corporativa”, diz Ronaldo.   Isso significa que tudo precisa seguir regras de governança, fiscais e contábeis. “Um ERP como o nosso é muito bom nesse departamento, pois registra tudo. Ele traz, embutido, as melhores práticas de gestão das grandes empresas e é uma ferramenta sempre atualizada tecnologicamente. É um alicerce muito sólido para o nosso futuro”.    Segurança   A implantação na Embrasil custou “alguns milhões de reais”, mas Ronaldo prefere não especificar quanto. “Mais importante do que o preço são os objetivos. Trata-se de melhorar os processos garantindo gestão mais eficiente com informações apuradas de forma mais rápida, segura e correta”.    Na empresa, um atacadista que atua nacionalmente comercializando 12 mil itens diferentes de material de construção (responsável por mais de 60% das vendas), agropecuária, lazer, papelaria e uma outra penca de grupos de produtos, controlar as vendas, as compras, os estoques, as notas fiscais e tudo o mais é impensável sem um sistema desses (três dos itens mais comercializados são carrinhos de mão, tintas e arames farpados. Entre itens curiosos há, por exemplo, latões de leite para fazendas, que a empresa ainda vende às pampas). Ainda mais porque ela emite milhares de notas fiscais. Por dia, claro.    Com esse volume, não raro ocorrem erros na emissão das notas. Alíquotas podem ser trocadas por engano e, quando o são, acarretam multas à empresa. O ERP vai deixar tudo isso zerado. Mas haverá outros ganhos. Um exemplo: ainda hoje o motorista do caminhão da Embrasil entrega as mercadorias e recebe o cheque pré-datado. “O ERP já nos sinalizou que nele isso não funciona. Estamos trocando os pré-datados por boletos bancários”, revela Ronaldo.    Empresa economizará gastos com combustível   A frota da atacadista é de 200 caminhões próprios e 50 agregados. No conjunto, eles rodam 8,4 milhões de quilômetros por ano e consomem 2,8 milhões de litros de combustível. “Um outro software, o Road Show, agregado ao ERP, vai controlar melhor as rotas”, diz Ronaldo. “Com rotas melhor definidas para cada dia e cada motorista, pensávamos em economizar 10% em combustível e quilometragem, mas os ensaios já mostram a economia chegando a 15%”. Com o diesel, em média, a R$ 2,55 por litro, trocando em miúdos isso significa uma economia de até R$ 1 milhão/ano.    Para a Embrasil, infelizmente, o ERP só não tem o poder de fazer as vendas aumentarem. No ano passado, elas foram de R$ 450 milhões – o grupo, composto por várias outras empresas menores, das quais a maior é a Cobimex, de comércio exterior, faturou pouco mais de R$ 550 milhões. “Tivemos, na Embrasil, cerca de 6% de aumento sobre 2012”, diz Ronaldo. “Poderiam ter sido 8% caso o segundo semestre de 2013 fosse tão bom quanto o primeiro. Dezembro foi muito ruim”.   Feira   Se o ERP não ajuda diretamente a vender, uma feira, sim. Por isso a Embrasil aceitou o convite da Fagga, empresa do grupo GL, multinacional especializada em feiras, para co-promover, com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a Fiemg, a feira Construir. Será em agosto, no Expominas. “A feira, e um congresso do setor, o Fórum Minascom, se destinam mais ao estreitamento das relações com clientes e fornecedores. Nosso objetivo é tornar a empresa mais próxima ao setor em Minas Gerais. Mas, logo à frente, isso acaba gerando mais vendas”, diz Ronaldo, que em dois anos quer iniciar a expansão da área de estocagem – hoje os estoques dão para 2,5 meses de vendas. “Depois dela ser construída poderemos pensar em elevar significativamente o faturamento”.   Adeus ao cheque voador   Na Embrasil, em geral, as perdas com a inadimplência são baixas, em torno de 0,5% das vendas. Ainda assim, isso significa respeitáveis R$ 2,5 milhões por ano. Agora, deixando de receber pré-datados e passando a trabalhar com os boletos bancários, além de não mais correr o risco de receber um cheque voador, a empresa espera que o motorista possa fazer mais entregas num mesmo dia, aumentando a produtividade – em média, cada caminhão faz de 50 a 80 entregas por viagem. “Não fazem mais porque, às vezes, o motorista perde horas à espera do preenchimento do cheque, pois o dono da empresa destinatária da mercadoria pode estar em reunião. Ou ter saído. Com os boletos, isso vai acabar”, diz Ronaldo Magalhães, presidente da Embrasil. 

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