Empresários esperam alta do desemprego no ano que vem

Bruno Porto - Hoje em Dia
Publicado em 28/11/2014 às 08:43.Atualizado em 18/11/2021 às 05:11.
A indústria e o agrone-gócio reconhecem que o ajuste fiscal a ser promovido pelo governo Federal será uma política contracionista, com potencial para gerar desemprego e impacto em programas sociais. A alternativa seria atacar problemas estruturais com abertura para o capital estrangeiro em concessões públicas. Na melhor das hipóteses, avaliam os representantes do setor produtivo, as condições adversas da conjuntura atual somente serão superadas em 2016.
 
“O governo Federal adotou uma política desenvolvimentista sem respeitar os parâmetros da macroeconomia e esticaram a corda mais que o permitido. Agora, as políticas monetárias e ficais terão impacto no emprego, reduzirão a velocidade da distribuição de renda e podem gerar recessão”, disse o presidente do Comitê de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes.
 
Ele pondera, no entanto, que há alternativas. “Um programa de concessões ágil, destravando o que impede a atração de grupos estrangeiros pode gerar uma alternativa de crescimento no combate ao déficit de infraestrutura. Só com ajuste fiscal, a luz no fim do túnel será apenas em 2017. Com as concessões, abreviamos isso para 2016. O ano de 2015 já será de sofrimento”, disse. 
 
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, admite que as medidas do governo poderão gerar desemprego e seletividade do crédito, porém avalia que “apesar de terem potencial para reduzir o desempenho da economia, são ações necessárias no cenário atual”.
 
Para ele, uma gestão mais austera trará de volta a credibilidade, mas ele desconfia da autonomia da nova equipe econômica. “São pessoas capazes e com conhecimento profundo dos problemas a serem enfrentados. Resta saber se terão autonomia ou sofrerão influências políticas”, afirmou Simões.
 
O perfil conservador dos escolhidos da presidente Dilma Rousseff para compôr a nova equipe econômica agradou ao comércio varejista de Belo Horizonte. “A expectativa do empresariado é que os novos ministros mantenham as contas públicas ajustadas, criando e cumprindo metas de superávit dentro da realidade da economia brasileira e adotando políticas de ajuste fiscal de combate à inflação”, afirma comunicado da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH). Em decorrência do atual ambiente da economia, a entidade reviu, para baixo, a previsão de crescimento do varejo da Capital para o ano de 2014, que era de 3,5%, para 2,5%.
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