A pesquisa mensal de inflação por faixa de renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a alta de preços em janeiro foi de 0,47% para os pobres, índice abaixo do registrado pelos ricos e muito ricos, que foi de 0,57%.
O resultado mostra a desigualdade brasileira também nos hábitos de consumo. Segundo o Ipea, os pobres gastam a maior parte da renda com alimentação, ítem que teve uma inflação menor em janeiro. Já os ricos – com renda alta ou média-alta – sentem mais o impacto de gastos como emplacamentos e seguros de veículos.
Isso contribuiu para uma inflação acumulada (12 meses) de 7,05% em janeiro para as famílias de maior renda, conforme o levantamento do instituto. Para os mais pobres, a inflação acumulada está em 6,18% em 12 meses.
Para as famílias de renda mais alta, pesou no bolso os reajustes dos planos de TV por assinatura (11,8%) e dos combos de TV, telefonia e internet (3,2%); também pesou o reajuste de 0,75% nos serviços pessoais e de 0,89% com recreação pessoal.
Já o alívio no bolso das famílias de maior renda veio das passagens aéreas, que caíram 0,51% e das viagens por aplicativo, com redução de 17% no preço médio.
Para os mais pobres, o custo maior ficou por conta dos alimentos. Apesar da queda no preço das carnes (-0,47%) e de aves e ovos (-1,2%), a alta no preço dos cereais (3,5%), das hortaliças (6,4%), das frutas (3,7%) e dos produtos da cadeia do trigo – farinhas (0,98%) e pães (0,55%) – acabaram puxando a média para cima.
A alta na gasolina (0,8%) e nas passagens de ônibus urbanos (0,91%) e interestaduais (2,1%) também pressionaram o orçamento dos mais pobres, informou o Ipea. O levantamento foi divulgado pelo instituto nesta terça-feira (14).
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