Mais do que a realização de um sonho, a compra da casa própria deve ser um negócio planejado, de maneira a evitar problemas futuros com prazos descumpridos e taxas surpresas, por exemplo. Em entrevista na última quarta-feira (21) ao programa Central 98, da rádio 98FM, o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Sílvio Saldanha, deu algumas dicas para o consumidor que está à procura de imóvel.

Qual é o perfil do brasileiro que procura a casa própria, hoje?
Normalmente, é o casal recém-casado, o jovem de 20 e poucos anos que já embalou no sonho de buscar o casamento, patrimônio e filhos. Muitas vezes, pessoas que já estão planejando, já noivaram, já marcaram (o casamento). Se vai comprar imóvel na planta, tem que esperar um tempo para ficar pronto. Então traça essa meta e tenta se organizar para depois que casar já ter onde morar.

Como o consumidor deve se orientar para comprar a casa própria?
Primeiro, é preciso identificar o que a pessoa quer e onde ela quer. O importante é a localização, porque, em um feirão, por exemplo, temos ofertas de todos os bairros e de todas as cidades ao redor de Belo Horizonte. É um leque. Procure comprar um imóvel perto da família, do trabalho, algo que fique dentro da rotina. Em relação ao valor, se for preciso recorrer ao financiamento imobiliário faça uma consulta prévia a um banco e veja quanto ele te aprova de crédito.

Comprar imóvel na planta é vantagem?
A dica é: quer comprar imóvel? Compra imóvel pronto. Não quero acabar com as construtoras, porque existem construtoras sérias e com planejamento, mas eu digo pelo custo. Como tem muita oferta, é hora de barganhar. Tem bairros em Belo Horizonte, a exemplo do Buritis, em que o número de imóveis à venda é maior do que muitas cidades de Minas Gerais. O mercado retraiu, há muita oferta, se você está afim de comprar, vamos barganhar preço. Se o cara quer R$ 200 mil, vamos fechar em R$ 170 mil, R$ 175 mil. Você compra o imóvel pronto, já pode entrar nele e, nesse caso, não existe taxa de evolução de obra, porque ele já tem habite-se, logo não é obra.

Quanto da renda deve ser comprometido com financiamentos?
Especialistas indicam 30%, mas, por experiência própria, vamos ficar em 20% ou 25%, é o máximo que a pessoa deve comprometer da renda bruta dela com o financiamento.