Expectativas para o PIB são mantidas após ata do Copom

Cristina Canas
18/10/2012 às 15:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:20

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira (18) apresentou um tom mais otimista em relação à atividade econômica, mas foi incapaz de melhorar as perspectivas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013. Na avaliação de economistas consultados pela Agência Estado, o alívio com relação à recuperação da economia reflete os avanços sentidos no terceiro trimestre com relação aos três meses anteriores, que estão dentro da expectativas. Dessa forma, as estimativas atuais de crescimento entre 4% e 4,5% no ano que vem devem continuar e, se houver revisões, tendem a ser para baixo, segundo algumas opiniões.

"Os indicadores apontam que o PIB do terceiro trimestre deve ficar entre 1% e 1,5% na margem, mais perto do teto, mas dificilmente isso é sustentável e devemos ver na atividade uma recuperação não linear. Assim, como a trajetória de convergência da inflação para a meta também não será linear", avalia o economista-chefe do ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal. Para a economista da Link Corretora, Marianna Costa, "as palavras mais leves nas referências à atividade econômica" estão relacionadas ao que acontece no curto prazo e não ao crescimento esperado para o ano que vem.

A economista da Link estima que o PIB registrará alta entre 4% e 4,5% em 2013 e afirma que, se fizer alguma revisão na projeção dessa variável, ela será para baixo, mesmo considerando a melhora que foi percebida recentemente. "Os avanços no desempenho da economia são na margem", completa.

Com estimativas um pouco mais contidas do que as de Leal, Marianna avalia que o PIB do terceiro trimestre ficará ao redor de 1,2%, ante 0,9% esperado anteriormente. Ainda assim, para 2013, ela está com estimativas de crescimento entre 4% e 4,5%, mas deve ajustar para uma taxa "mais próxima de 3,5%". Leal e o estrategista-chefe do Crédit Agricole, Vladimir Caramaschi, mantêm a perspectiva atual para o PIB do ano que vem. Ambos esperam uma expansão em torno de 4,20%.

"No terceiro trimestre, devemos ver uma taxa entre 1,20% e 1,50% na margem e para os últimos três meses de 2012, o crescimento econômico deve ser de 1%", afirma Caramaschi, acrescentando que essa percepção é totalmente compatível com os termos da ata. "O documento não tem nada que vá contra ou favor de mudanças nas estimativas para a recuperação da economia", conclui o economista.
http://www.estadao.com.br

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