Fábrica mineira aposta em tecnologia para faturar R$ 131 milhões

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Publicado em 12/05/2014 às 07:28.Atualizado em 18/11/2021 às 02:32.

A Prática, fábrica de equipamentos para preparo e conservação de alimentos com matriz em Pouso Alegre, no Sul de Minas, pretende faturar pelo menos R$ 131 milhões em 2014. O montante é 18% superior ao registrado no ano passado, quando a receita da companhia foi de R$ 111 milhões, resultado que já tinha sido 17% maior do que o verificado em 2012.

Para atingir a meta, a empresa aposta em um forno micro-ondas comercial com tecnologia exclusiva no Brasil, capaz de cozinhar dezenas de vezes mais rápido e de economizar 50% de energia. Até 2020, a meta da empresa é estar entre as cinco maiores do setor do mundo.

Batizado de forno Express Gourmet, o produto usa uma combinação de aquecimento por convecção de ar forçado em alta velocidade, micro-ondas e infravermelho. Isso significa que o preparo dos alimentos é acelerado.

Rapidez

A título de comparação, uma lasanha congelada que ficaria pelo menos 20 minutos no forno até assar e gratinar pode ser preparada em dois minutos. “O forno, além de esquentar, gratina. É ideal para lanchonetes e restaurantes”, afirma o diretor industrial da Prática, Luiz Eduardo Rezende.

A tecnologia utilizada no produto foi desenvolvida na própria região, financiada a partir de uma linha de crédito junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Na época, a empresa utilizou a linha de financiamento Pró-Inovação, criada em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e destinada a projetos inovadores.

Crédito

Foram captados R$ 192 mil. O valor foi utilizado na compra de um software de modelagem de ondas eletromagnéticas, necessário para o desenvolvimento da tecnologia, que não existe no Brasil. Para operar o software, foi realizada uma parceria com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). “Operar o software é um grande desafio. Precisávamos de uma pessoa com alto poder de conhecimento”, afirma o diretor industrial.

A venda do forno, que tem uma linha de produção exclusiva, tem sido bem sucedida. Até o momento, cerca de 500 fornos já foram comercializados. A capacidade produtiva é de 100 unidades por mês. Ainda de acordo com ele, a maior parte do produto é composta por peças nacionais. “Apenas 15% do forno são importados, índice que deve diminuir, como aconteceu com os demais produtos”, diz Rezende.

O carro-chefe da companhia, aliás, continua sendo o forno combinado, que, como o próprio nome diz, combina vapor e convecção de ar. Estima-se que 40 mil unidades estejam em funcionamento. Além de atender ao mercado doméstico, a empresa exporta para 18 países. Conforme Rezende, a Prática utiliza 60% da capacidade produtiva e possui 400 empregados. 

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