Farra leva lucro da Copa do Mundo para a Savassi

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
25/06/2014 às 08:08.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:08

(Ricardo Bastos)

Enquanto bares e restaurantes comemoram a Copa do Mundo em Belo Horizonte, nas lojas de roupas, calçados, presentes, óticas e papelarias o placar ainda está em 0 a 0. Na Savassi, transformada em reduto de torcedores das mais diversas nacionalidades, só empresários da gastronomia lucram de goleada. Os demais estabelecimentos foram colocados para escanteio no roteiro de gastos dos estrangeiros.

Na Croasonho, especializada em croissant, as vendas aumentaram entre 60% e 70%. “O movimento está muito bom. Já atendemos ingleses, franceses, colombianos e argentinos”, afirma o coordenador da casa, Paulo Ricardo. O inglês Doug King, engenheiro, e seu conterrâneo Tony Goodfield, empreiteiro, chegaram com fome e sede ao local, após assistirem à partida entre Inglaterra e Costa Rica, no Mineirão. Pediram dois croissants recheados com filé mignon e caipivodka para acompanhar. “A caipirinha é saborosa, mas muito forte”, justificou Tony.

Os amigos chegaram na última terça-feira a Belo Horizonte e já se despendem da cidade na manhã desta quarta-feira (25). Deixaram por aqui cerca de US$ 300 cada um. “Gastamos mesmo com comida, que é maravilhosa, e bebida. Não é necessário comprar mais do que isso”, disse Doug.

Sem desperdício

No Acarajé da Baiana, no mesmo quarteirão fechado, o movimento chegou a ser entre 30% e 40% maior. “O mais engraçado é que a maioria dos estrangeiros faz questão de um prato individual, e grande. Não adianta explicar que aquela porção serve duas, três pessoas. E quando a comida chega eles comem tudo. Sem desperdício”, diz o proprietário Odair Melo.

Entre os campeões de venda, ele cita a moqueca de peixe (R$ 53,90), acarajé (a partir de R$ 9,90), casquinha de siri (11,90) e pastéis de camarão (R$ 24,90). O cardápio está disponível em inglês.


No estabelecimento ao lado, o Jacket Potato, a estrela é o tradicional drink brasileiro. “Vendemos de 150 a 200 caipirinha por dia”, comemora o proprietário Danilo Rossi. O copo da bebida custa R$ 15.

Tradicional

O casal Juliana e Sefton Perry –ela brasileira e ele inglês– procurava um restaurante para experimentar a tradicional culinária mineira. Nesta quarta-feira (25), o programa é conhecer Inhotim. “A ideia é divertir e conhecer a cidade. Queremos tutu e torresmo. Mas compras não estão nos planos”, disse Sefton, na sua quarta Copa do Mundo in loco. Os Perry, que moram na Suíça, desembolsam, juntos, US$ 200 por dia na viagem ao Brasil. “O câmbio é uma vantagem”, diz Juliana.

Público tradicional fora da Savassi

Se bares e restaurantes engordam lucros, a situação não é animadora para outros segmentos comerciais da Savassi.

Na Power Cell, especializada em celulares e acessórios para telefones, o caixa registra queda nas vendas. Segundo a gerente Neusa Santos, os artigos não interessam ao público da Copa do Mundo. E os clientes tradicionais tem evitado a região por causa do aglomerado de pessoas e o cheiro de urina, em função do número insuficiente de banheiros químicos.

Na BPK, que vende roupas femininas, desde o início do Mundial apenas um estrangeiro abriu a carteira na loja. De acordo com a gerente Helen Rocha, o colombiano, que chorou um desconto, levou um casaco para presentear a namorada.

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