Após quase um mês sem se pronunciar, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nesta sexta-feira (4) , às lideranças sindicais dos bancários uma nova proposta de reajuste salarial, de 7,1% (incluindo ganho real de 0,97 ponto porcentual). Segundo a federação, o piso da categoria subiu mais de 75% nos últimos sete anos e os salários foram reajustados em 58%. Isto, de acordo com a Fenaban, significa um aumento real de mais de 23%.
Pela proposta da Fenaban, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.209,01 para jornadas de seis horas. Estão previstos reajustes do auxílio-refeição, que sobe para R$ 22,98 por dia; da cesta alimentação que passa para R$ 394,04 por mês, além da 13ª cesta neste mesmo valor, e auxílio-creche mensal de R$ 327,95 por filho até seis anos.
Sobre a participação dos lucros (PLR), a Fenaban informa que a mesma fórmula será mantida, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%. Dependendo do lucro do banco, por exemplo, a PLR de um caixa pode chegar a 3,5 salários.
O Comando Nacional dos Bancos, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), reuniu nesta sexta-feira para avaliar a nova proposta, feita 16 dias depois do início da greve, porém rejeitaram a proposta oferecida. A entidade afirma que a greve vai continuar.
Segundo eles, a proposta de reajuste de 7,1%, oferecida pela Fenaban, é muito baixa. "A proposta da Fenaban foi uma decepção. O lucro dos bancos está em torno de R$ 60 bilhões, de acordo com o relatório do Banco Central. E eles nos oferecem menos de 1% (de reajuste real)", afirmou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Rejeitamos e vamos orientar nossos sindicatos a fortalecer a greve para ver se a Fenaban melhora a proposta em mesa", disse o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro.
Segundo avaliação do Sindicatos dos Bancários de BH e região, a proposta também é insuficiente. Eles acreditam que o setor bancário é o que mais lucra no país e o índice de aumento real de 0.97% não contempla as necessidades da categoria. De acordo com o presidente do Sindicato, Clotário Cardoso, a Fenaban tem que avançar e apresentar uma proposta que atenda as reivindicações da categoria. "A Fenaban só reabriu as negociações por causa da pressão da greve que é forte e cresce a cada dia", afirmou o presidente.
Os bancários pedem um índice de 11,93% (aumento real de 5 pontos porcentuais), um piso no valor de R$ 2.860,21 e participação nos lucros de três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15. Os bancários também pedem a valorização dos vales-refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678,00) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais.
* Com informações de Claudia Assencio, especial para a AE