FIEMG critica pausa nos cortes da Selic: 'afeta negativamente a capacidade produtiva do país'
Federação vê preocupação, pois a política monetária ainda se apresenta restritiva; CNI fala em "tamanho sacrifício"
A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de suspender o ciclo de cortes da Selic, a taxa básica de juros da economia, em 10,5% foi considerada “inadequada e excessivamente conservadora” pela Fiemg.
Em nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas disse que a interrupção é motivo de preocupação, pois a política monetária ainda se apresenta restritiva, “o que desencoraja investimentos e afeta negativamente a capacidade produtiva do país”.
“Os resultados dessa política contracionista já são sentidos na economia: a expectativa é de um crescimento econômico mais moderado em 2024 (2%), em relação a 2023 (2,9%). Além disso, a indústria, segmento importante para a geração de emprego e renda, vem sendo impactada duramente pelos juros em níveis elevados”, destacou a instituição.
Todos os oito diretores e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, votaram para manter a Selic no atual patamar.
CNI reforça que o correto seria manter o ritmo de corte da Selic
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), neste momento, a decisão só irá impor restrições adicionais à atividade econômica – com reflexos negativos sobre o emprego e a renda –, sem que o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício.
“A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, defende o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Já a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (AC Minas) afirmou que “o atual nível dos juros no país gera um empecilho enorme para o consumo e para os investimentos”.
“Todo o setor produtivo (sobretudo a indústria e o comércio) continuará sendo muito prejudicado caso o Banco Central mantenha a política de elevadas taxas de juros”, destacou.
A expectativa do mercado para a inflação no fechamento de 2024 é de quase 4%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. Com isso, o país está operando com uma taxa de juros real acima de 6%, ainda muito elevada.
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