Minas deve receber investimentos da ordem de R$ 100 bilhões nos próximos sete anos por conta de concessões e parcerias público-privadas. A projeção feita pela Fiemg, a Federação das Indústrias do Estado, foi divulgada nesta quarta-feira (22), logo após assinatura de contrato entre o governo federal e a concessionária que vai administrar a BR-381.
Aguardada há décadas pelos mineiros, a concessão da BR-381 - a chamada "rodovia da morte", devido ao volume de acidentes registrados na via - à iniciativa privada foi oficializada em Brasília, com a assinatura do contrato entre a empresa 4UM e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A concessão do trecho de 303 quilômetros entre Belo Horizonte e Governador Valadares vai viabilizar investimentos de mais de R$ 9 bilhões em obras de duplicação, recuperação, conservação e melhorias, além de representar um avanço significativo para os investimentos em infraestrutura no Estado.
Otimismo também sobre a geração de empregos
Para o vice-presidente da Fiemg e presidente do Conselho de Infraestrutura da instituição, Emir Cadar Filho, a cessão da BR-381 à gestão privada significa um marco devido à relevância da rodovia para centenas de municípios e às melhorias previstas para o trecho que proporcionarão mais segurança para quem utiliza a rodovia.
“Há mais de 30 anos os mineiros esperavam pelas obras da BR-381 que vai até Governador Valadares. A concessão desse trecho representa mais conforto e segurança para os usuários, além de alavancar o desenvolvimento da região por onde ela passa”, observou Cadar, fazendo referência ao estudo elaborado pela consultoria Houer para o Conselho de Infraestrutura que aponta os impactos positivos que a concessão vai trazer para a rodovia.
Cadar pontua ainda que a rodovia está inserida em um contexto positivo em Minas, onde são esperadas outras concessões e obras importantes de infraestrutura. Entre elas, a BR-040, entre BH e Cristalina (GO), com investimento de R$ 12 bilhões, e a BR-262, de Betim, na região metropolitana da capital, à Uberaba, no Triângulo Mineiro, que vai receber um aporte de R$ 8,5 bi. As assinaturas dos contratos de concessão dessas rodovias estão previstas para 31 de janeiro e 14 de fevereiro, respectivamente.
Segundo o executivo da Fiemg, o volume de recursos soma-se a outros de grandes projetos de infraestrutura e mobilidade em curso no estado, como a relicitação da BR-040, entre BH e Rio de Janeiro, ocorrida no fim de 2024; a expansão do metrô de Belo Horizonte; a construção do Rodoanel Metropolitano; e o acordo de reparação de Mariana, que também reserva recursos para infraestrutura, o que levaria à soma aproximada de $$100 bilhões em investimentos para o estado ao longo dos próximos sete anos.
A Fiemg estima que as intervenções para os novos investimentos podem gerar 730 mil empregos
Impacto da concessão da BR-381
Em novembro do ano passado, a Fiemg e a consultoria Houer divulgaram um estudo a respeito dos impactos sociais e econômicos da concessão da BR-381 para a indústria mineira. Com base em um compilado de dados públicos, o levantamento traz um panorama da rodovia, com destaque para a extensão, trechos com problemas, diferença entre a parte duplicada e não duplicada, bem como número de acidentes e mortes.
O estudo faz também uma projeção dos impactos positivos em decorrência da concessão da rodovia para a segurança, eficiência e sustentabilidade do trecho entre Belo Horizonte e Valadares. Geração de empregos e impostos, redução de acidentes e emissão de gases poluentes como consequência das obras previstas na concessão são apresentadas na publicação, que pode ser acessado na íntegra no site da instituição.