Filho pode custar mais de R$ 2 milhões

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
12/08/2012 às 12:30.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:24

(André Brant/ Hoje em Dia)

Vinícius de Moraes abre o seu “Poema enjoadinho”, com o seguinte verso: “Filhos... Melhor não tê-los!/Mas se não os temos/Como sabê-lo?”. Pelo conhecido desapego material de Vinícius, dificilmente ele estaria pensando em dinheiro quando escreveu o poema. No entanto, feitas as contas pelo cidadão comum, o custo de criação de um filho pode ser determinante para a opção pela paternidade ou, ao menos, para a escolha do número de rebentos.

Este custo pode chegar perto de R$ 900 mil, no caso dos filhos da classe B, ou mais de dois milhões, para herdeiros da classe A. A matemática é resultado dos gastos desde o nascimento até o término da faculdade, quando ele já tiver 23 anos, e faz parte de um minucioso levantamento feito pelo Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent).

 EDUCAÇÃO CARA
Da alegria na maternidade até a conquista do diploma universitário, papai e mamãe desembolsam uma montanha de reais com alimentação, escola, saúde, babá, empregada, fraldas, roupas, sapatos, esportes, viagens de férias, mesada, festas, cinema, shows, equipamentos eletrônicos e brinquedos. “A educação é o item que mais consome dinheiro. Entre os 18 e os 23 anos, pelos menos 40% dos gastos são de despesas com faculdade, livros, atividades extracurriculares e cursos de idioma”, detalha Marlene Hillesheim Kraus, professora da Fundação Getulio Vargas/IBS Business School (FGV/IBS).

Na classe B, cuja renda familiar mensal gira em torno de R$ 15 mil, um filho de zero a três anos consome de 12% a 15% dos ganhos totais dos pais. Entre quatro e cinco anos, são 20% e, dos sete aos 10, 25% da soma dos salários. Já dos 11 aos 23 anos, o gasto equivale a 30% da renda familiar. “Nas atividades físicas, à natação, ao futebol e ao balé vêm sendo agregados outros esportes. Os cursos de língua incluem o mandarim. E os mimos vão do celular ao carro”, diz Marlene.

“Com o mercado de trabalho mais competitivo, a diferença na educação se faz nos detalhes”, diz a empresária Déa Valadares, esposa de Haroldo Pereira e mãe de Clara e Sophia. Elas nadam desde os dois anos. Estudam (R$ 1.600/mês para as duas), têm motorista (R$ 800), planos de saúde (R$ 200 cada) e voltaram da Califórnia (R$ 30 mil, a viagem), para onde pretendem voltar para intercâmbio. Cada uma recebe mesada semanal de R$ 10, que deve aumentar para R$ 50.

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