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Filhos de pais que têm os empregos de maior remuneração ("dirigentes em geral" e "profissionais das ciências e das artes") têm 13,7 vezes mais chances de ter uma ocupação no mesmo estrato de renda, se comparado à probabilidade de ascensão dos indivíduos cujos pais trabalhavam nos empregos de menor remuneração, como trabalhadores agrícolas e vendedores do comércio. O cruzamento de dados está na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são de 2014, coletados no Suplemento de Mobilidade Sócio-Ocupacional da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também do IBGE. O novo estudo feito pelo órgão mostra como a falta de mobilidade social mantém as desigualdades socioeconômicas de geração para geração.
"Idealmente, numa sociedade meritocrática, você não teria a influência da condição socioeconômica dos pais na ocupação das pessoas", afirmou Betina Fresneda, analista da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
"Sociedades extremamente desiguais vão apresentar uma estrutura de estratificação social extremamente rígidas", completou a pesquisadora.
A mesma imobilidade do mercado de trabalho, levando em conta os empregos, ocorre com a educação - quanto maior o nível de instrução dos pais, maior o porcentual de filhos com ensino superior completo.
Pelos dados de 2014, apenas 4,6% dos filhos cujos pais não tinham instrução conseguiram se formar na faculdade. Já entre os filhos de pais com curso superior, 69,6% conseguem atingir o mesmo grau de instrução.