A inflação mais baixa nos grupos Transportes e Habitação deverá aliviar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de julho, afirmou nesta quarta-feira à Agência Estado o economista e coordenador do indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Rafael Costa Lima. Em razão desta estimativa de taxas menores para os dois grupos nas próximas leituras, ele revisou a projeção para o IPC do fechamento deste mês, de 0,30% para 0,27%, na cidade de São Paulo.

De acordo com Costa Lima, a mudança deve-se também ao resultado menor do que esperado do IPC na primeira quadrissemana de julho, que atingiu 0,19%, contra estimativa da Fipe de 0,24%. O resultado foi exatamente o piso obtido na pesquisa AE Projeções feita com analistas do mercado financeiro. A maior variação era de 0,28% e o intervalo de estimativas havia gerado mediana de 0,25%.

As principais contribuições para a desaceleração do índice, segundo o coordenador do IPC, foram a inversão de sinal de Habitação, de uma alta de 0,03 para uma queda de 0,03%, e o recuo maior que o esperado pela Fipe em Transportes, que apresentou baixa de 0,69% ante variação negativa de 0,73%. Para o primeiro conjunto de preços, o instituto aguardava uma alta de 0,06%. Para o segundo, um recuo de 0,63%.

"Os preços no grupo Habitação tiveram deflação, influenciada pela prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para eletrodomésticos e móveis (que foi estendida por mais três meses). Certamente os descontos estão maiores", avaliou Costa Lima.

Pelo mesmo motivo, o coordenador do IPC acredita que houve uma retração acima da prevista por ele para Transportes. "Imaginávamos que a queda dos preços começasse a perder força de maneira mais intensa, mas não foi o que aconteceu", completou.
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