Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram um grupo de 50 trabalhadores, incluindo três menores de 18 anos, que viviam em condições precárias, análogas à escravidão, no interior de São Paulo. Os nordestinos foram aliciados em janeiro, na cidade de Teotônio Vilela (AL), e trazidos para trabalhar de metalúrgicos nos serviços de manutenção de duas usinas de açúcar e álcool de Guararapes e Buritama, no interior paulista.
Os trabalhadores procuraram o Sindicato dos Metalúrgicos de Araçatuba para denunciar a empresa Dias Máquinas e Equipamentos, que os contratou para prestar a manutenção da usina Unialco, de Guararapes. Segundo eles, os donos da Dias, além de os colocarem em alojamentos precários, não cumpriram as promessas de salários de R$ 1,7 mil por mês, atrasaram os pagamentos e não fizeram reembolsos das verbas de passagem de vinda, o que os impediam de retornar para suas cidades de origem. Além disso, a terceirizada da Unialco teria exposto os trabalhadores a jornadas excessivas e se recusado a alimentar os acidentados.
Na terça-feira (05), fiscais do MTE e sindicalistas resgataram os trabalhadores que estavam morando em dois alojamentos impróprios em Guararapes. Em um dos alojamentos, de quatro cômodos, nos fundos de um hotel, não havia camas para todos. Os colchões estavam rasgados e faltavam lençóis. Em uma casa na periferia da cidade faltava até chuveiro para os trabalhadores.
Segundo o gerente do Ministério do Trabalho em Araçatuba, Marcos Figueiredo, os trabalhadores foram removidos e levados para outro alojamento, adequado, e o caso foi comunicado para o Ministério Público do Trabalho. "Esses trabalhadores foram aliciados no Nordeste e trazidos sem a Certidão do MTE, que autoriza o transporte de trabalhadores, não foram reembolsados pela viagem paga por eles e também não tiveram carteira assinada e os salários não foram pagos corretamente", disse.
Segundo Figueiredo, a partir de sexta-feira começam a ser homologadas as rescisões e os trabalhadores poderão retornar a Alagoas com despesas pagas pela usina e pela empresa terceirizada.
A usina Unialco não retornou às ligações da reportagem e o advogado da Dias Máquinas e Equipamentos informou que a empresa se comprometeu a fazer as rescisões e a custear a passagem os trabalhadores de volta para Alagoas.
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