O fluxo cambial registra aceleração na saída de dólares. Dados antecipados pelo chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central, Fernando Rocha, mostram que US$ 1,947 bilhão deixou o Brasil em julho até o último dia 20. Antes da semana passada, o fluxo cambial acumulado do mês até o dia 13 registrava saldo negativo de US$ 212 milhões.
Na semana passada, a grande novidade foi a mudança da tendência do fluxo financeiro, aquele voltado a operações como compra e venda de ações e títulos de renda fixa, empréstimos, remessa de lucros e investimentos produtivos. No acumulado do mês até o dia 20, a conta amarga saída líquida de US$ 354 milhões, o que inverte movimento acumulado até o dia 13, quando a conta registrava entrada líquida de US$ 798 milhões no mês. Segundo Rocha, o resultado no acumulado de julho até o dia 20 foi gerado pela saída de US$ 20,169 bilhão e o ingresso de US$ 19,815 bilhões.
Na conta comercial, os números seguiram no vermelho. No acumulado do mês até a última sexta-feira, o segmento registra saída líquida de US$ 1,593 bilhão, resultado de importações de US$ 10,975 bilhões e exportações de US$ 9,382 bilhões. Uma semana antes, no mês até o dia 13, o segmento registrava saída líquida de US$ 1,010 bilhão.
Bancos
Os bancos reduziram praticamente a zero a posição comprada no mercado cambial. Dados do BC mostram que instituições financeiras mantinham posição comprada equivalente a US$ 134 milhões no último dia 20 de julho. O número mostra forte queda em relação ao fechamento de junho, quando bancos estavam comprados em US$ 2,287 bilhões.
Rocha preferiu não comentar a mudança da estratégia das instituições financeiras. "O número reflete a posição dos bancos com os clientes e mostra que há mais gente querendo mandar dólares ao exterior e que os bancos ofertaram os recursos a partir do volume que existia em caixa", se limitou a responder.
No jargão do mercado financeiro, estar "comprado" sinaliza crença de que as cotações do dólar podem subir. Assim, ao ter a moeda em caixa é possível lucrar com uma eventual alta das cotações. Ao contrário, estar "vendido" representa expectativa de queda do preço da moeda.
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