SÃO PAULO - A Força Aérea dos Estados Unidos suspendeu a produção do avião Super Tucano pela Embraer, atendendo a uma determinação automática do Government Accountability Office (GAO), órgão do governo americano responsável pela prestação de contas públicas.
Após um questionamento formal da Beechcraft, fabricante de aviões americana que perdeu a disputa de US$ 428 milhões para a Embraer, o GAO abriu um processo para investigar a concorrência e tem até 17 de junho para decidir sobre o caso.
"Como a Beechcraft entrou com uma ação dentro do prazo de cinco dias após o anúncio oficial do resultado da concorrência, a lei de competição em contratos determina automaticamente que a gente emita uma ordem de interrupção dos trabalhos", disse o porta-voz da Força Aérea americana, Ed Gulick.
Na semana passada, antes da abertura oficial do processo no GAO, Gulick declarou que a Força Aérea estava "confiante" de que a escolha foi bem fundamentada e que as propostas dos ofertantes foram "total e justamente consideradas dentro do critério de avaliação".
A Embraer informou que "aguarda a decisão do órgão competente americano" e disse acreditar que "haverá desfecho em breve e favorável à companhia".
A Beechcraft se disse "perplexa" com a derrota e sustenta que cerca de 1.400 empregos estariam ameaçados por conta da decisão da Força Aérea.
De novo
Esta é a segunda vez que a empresa americana consegue suspender o contrato da Embraer com a Força Aérea dos EUA. A Embraer venceu a disputa em dezembro de 2011, mas a Beechcraft entrou na Justiça e conseguiu anular a concorrência. Uma nova disputa foi realizada e, no início de março, a Embraer foi novamente anunciada como vencedora.
Venda
O contrato é de US$ 428 milhões e envolve a compra de 20 aviões Super Tucano, além de peças e serviços de manutenção. Se a venda for concretizada, os aviões serão construídos na fábrica da Embraer localizada na Flórida e usados para dar apoio à missão militar do país no Afeganistão. Será a primeira venda da empresa brasileira para a Defesa americana.