Formatação de sócios trava a planta da Foxconn em Minas

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
02/08/2012 às 07:44.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:02

(Omar Freire/Imprensa MG)

A falta de definição da composição do capital da Foxconn estaria emperrando a instalação da empresa em Minas Gerais. O “novo argumento” para a demora na implantação do projeto seria reflexo das discussões sobre como será organizada a estrutura acionária da companhia que irá comandar a construção da fábrica, conforme afirmou o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, durante a 1ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional de Minas Gerais, na última quarta-feira (1º), na Cidade Administrativa.

Em março, o ministro afirmara que a participação da taiwanesa no capital social da fábrica ficaria entre 25% e 30%. O investimento nacional seria feito pelo grupo EBX, de Eike Batista, por duas ou três empresas do setor de informática e, ainda, pelo governo via BNDESPar. Em maio, o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Matheus Cotta Carvalho, disse que o banco também teria interesse em se associar à Foxconn para viabilizar a fábrica.

Apesar da movimentação positiva, a instalação da empresa em solo mineiro se transformou em uma incógnita. Segundo entrevista concedida ao Hoje em Dia pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, no início do mês passado, a companhia havia pedido reserva de mercado ao governo brasileiro. A solicitação teria causado mal estar com o governo, estagnando as negociações.

Se atendesse ao pedido, o governo teria de proibir a importação de similares das telas sensíveis ao toque fabricadas pela Foxconn, forçando a indústria e o varejo brasileiros a comprarem dela o componente.

A utilização do artifício, na avaliação do professor de economia da PUC Minas Pedro Paulo Pettersen, pode ser benéfica no caso de a companhia assumir o compromisso de manter a tecnologia dos produtos competitiva no mercado internacional.

“O investimento na fábrica será alto. É normal que a empresa queira uma garantia de amortização do aporte. No entanto, é necessário avaliar variáveis como, por exemplo, o tempo pelo qual o benefício poderá ser concedido”, afirmou.

O investimento e a localização do empreendimento, se ele sair do papel, não foram informados pelo ministro. De acordo com ele, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que também estava presente na 1ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional de Minas Gerais, seria responsável pelas informações. Em um jogo de empurra, Bezerra transferiu a responsabilidade de responder as perguntas a Pimentel.

Especula-se que a empresa seja instalada em Funilândia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A planta mineira seria responsável por abastecer com telas planas a unidade da Foxconn em Jundiaí (SP), onde já existe uma subsidiária da empresa.

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